Donde o cais flerta com minh´alma?
Eis praia, com a concha devota,
palmo d`água, flor espantada.
Eu digo ao ouropel: flerta com meu corpo.
De poema, à bruma estrelada,
cônscio vou ao pórtico,
mesmerizado,
qual nuvem e topázio.
Febre alva, pendor de frio,
cáustico o sonho,
eterno o vinho.
Pelo poema, ao frio espanto,
cai meu acalanto, dor e tempo,
com o corpo fremindo as asas,
e a paz do meu rebento.
15/04/2014 Êxtase
(Gustavo Bastos)
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