Terás sido morto sob uma noite ao luar?
Pobre poeta, em tua senda rodriguiana
terás tragédia e a mais pura felicidade.
Quando navegas, aonde vais?
Da flor do rancor terás matado
o licor, e a vinha do álcool,
feroz e assassina,
não te terá causado dor.
Mais pura que a água benta,
tua esposa morderá os teus sapatos
com fome de melodias,
em tua caverna corromperá o cadáver,
prorrompendo em sangue e viço
nos olhos sonhadores
de teus filhos,
uma mesma casa de pensão
terá em teus livros
só para o labor infinito
da pena que exulta
em glória de paz infinita.
Vejo cada verso em páginas sólidas,
vejo a nau irromper
o teto marmóreo
dos pesadelos
de seus ritos
de poesia,
e a flor menina
em teus braços.
Nas febres do corpo,
o prazer do gozo.
Nas lutas da alma,
a liberdade de um sopro.
Os versos incendeiam
o pasto de tuas vacas,
os camponeses pedem
água e feijão,
os monges saem aos pulos
depois do êxtase divino,
as nereidas saem das águas
com seus rabos úmidos,
e os poetas do sarau
sonham novas vozes
para palavras inventadas.
Chorarão as ametistas
no mar diamantado
dos olhos de fogo
dos ventres que são
senhores de seus corpos,
e o poema, sorrindo,
viverá a flor tamanha do tempo
em sua grande máquina
de fazer escrita.
28/03/2013 Êxtase
(Gustavo Bastos)
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