A folha de amendoeira
reviveu um passado
em foto preto e branca,
buscava a rosa na vida
do lírio em bruma
escandalosa,
qual desejo de vidro
na noite do retábulo
qua guardava
versos de amor.
Quando a dor e o frêmito
invadem o meu canto indolente,
vigio os meus instintos
como lapidação
de esfera
e guerra de
lupanar,
tal é o vulto fulgurante
que invade
o livro
na redenção
do temporal.
Pressinto luta corpórea
nas asas do silêncio,
como vinho sábio
de pira
e revelação,
qual montanha
do infinito
na cordilheira
do eterno.
Eu avisei o testemunho
de sangue aberto
no canto silvestre,
eu lembrei da carta fatal
da memória em pranto,
eu renasci como frontispício
de obras libertárias,
eu flechei o amor
no labirinto
de Dioniso
e seus luminares
concentrados
em orgia e embriaguez,
eu contemplei
o ópio na liberdade
sonhadora
de verso
e êxatse,
eu socorri o coração faminto
na plêiade da poesia,
eu sorri ao tempo solar
com vestes nababescas
de um teatro trágico
de flores cortadas
e poemas inacabados.
E o Cristo morreu,
em cruz no dorso de Deus.
05/09/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
Adélia Prado Lá em Casa: Gísila Couto
Há 4 semanas
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