Como um pranto doce
revela a tua face,
poesia!
Cantava na boemia dores
reparitdas em sacolas
de viagem,
o riso forte como o grito
anunciando felicidade.
Versos da morte rompem
na vida, desbunde das horas
ao relento,
como calor na veia misteriosa
que encampa as emoções
e o sentimento da palavra,
verso nu de parcimônia
na luta viril
dos sonhos corroídos
de olhos loucos
e boca psicótica.
O mar desvenda a morte
do instante,
quando a onda de cristal
sucumbe na voz rouca
dos palácios
de um rei ou mártir,
enevoando na tempestade
com o licor de aurora
na funda madrugada.
Eu esperei o amor
numa dança de ventre
exposto,
a graciosa fêmea
recheava-se
de encantos,
tal uma diva
em redemoinho
de mistérios
absurdos.
A dança ali se fingia
de rubi, com os solavancos
de topázio na vida levitando
pela árias contempladas
e a vigília da turmalina
como verde musgo
de ventre
e despedidas.
A labuta consentia
em ser poema
na hora vaga,
com um langor estúpido
como o albor
da fumaça
depois de cessado
o incêndio
das almas.
Vertigem e karma
negociavam
as vidas
num carteado.
Magnólia extasiada
perdia o seu amante
cravo em almíscar
de contemplação,
o açúcar dos sentidos
se perdeu no sol vigoroso
das batalhas de
um selvagem lenhador.
Mirra esturricada,
flor azul de voz calada,
teu corpo navegou
em minha alma
como luz de caverna
no sol que verteu
sangue de eras
na lua ressecada
das pinturas
de ascetas.
Voltei de viagem longa
ao teu peito indolor,
a rosa furtada
de meus delírios
renasceu
como girassol
em claro dia.
Retorno inesperado
da viola plangente,
os anátemas anacoretas
surtavam na vida monacal
como beatos com
desejos vultosos
de carne e sexo,
enquanto a luz feroz
do diamante
ardia
como chama
no mar sentido
pelos versos
no elmo forte
da paixão.
05/09/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
Adélia Prado Lá em Casa: Gísila Couto
Há 4 semanas
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