Mais escura é a noite das feras
em que o passo recorda
a sutil vida que vai embora
na labareda dos sonhos de quimeras
O ardor sequioso em que me chama
a fronte sadia dos férteis campos
são os meus sonhos de acalantos
Vai o viajor perder-se em vagas enormes
deste rancor insiste em tonitruante fuga
em tudo que o labor poético segura
da vil tempestade em que tu dormes
Mais escura é a pantera em seu negror
lutando com o chacal na borrasca
e o sol latejando nas horas de couraça
é o meu terror e o teu no mesmo pranto e fervor
Traz para mim o encanto fugaz da servil noite
em que tu me chamas de cavaleiro disforme
em que tu me aconselhas de ser sempre forte
porque a vida é a força que tudo traz no açoite
Belas e pueris sereias são os dias chorosos
na manta negra de tua vida de esplendor
traz comigo o veneno de que sou pecador
e vem subitamente me tomar os dias ditosos
03 de janeiro de 2009
Gustavo Bastos
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