Paisagem de paz, já não a tenho
na faca cega da paixão.
Torvelinho de vingança é a febre do apanágio,
musgos e flechas iridescentes,
meu território está na palavra lema
dos incultos e dos bárbaros.
A chama recomeça o seu idílio,
uma nuvem confessa no mármore da verdade,
sou um pássaro ou uma árvore,
vivo nas sede louca dos motéis e sacristias.
Na vida esmerada pelo silêncio e pelo verso,
reúno em meu dorso os cartazes de fogo
em uma rua de prostitutas feias.
Paisagem da guerra, encanta-me o mistério
das armas deflagradas contra os inocentes.
Leva-me em teu corpo de balística
entre os reflexos da criminalística.
A bomba é a palavra mais forte
dos tempos de fome,
sou então o que vira dinamite
e explode em mil matizes,
viro explosão e alvo delineado pela
minha sombra,
deserto de feras imaculadas
e fervor de morte na paz desafiada,
aprendiz que sou da morte e do zunido
que o barulho das armas me propõem.
Que seja, então, leve o fim da minha vida,
com a certeza pura das almas dilatadas
nos campos de dor,
com a estrela náutica do mar verdejante
num fundo de escuridão,
com a flor botânica da flora
que renasce depois da bomba
e que cresce no meu espírito
de trovador de relicários.
13/02/2009 Gustavo Bastos
sábado, 30 de outubro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário