Um poema estático não existe.
A técnica com que tal poema
se afirma é uma dinâmica qualificada
de motor contínuo.
Se diz que é mero falatório,
então o poema não tem uma consequência
para a nossa vida.
Se diz que o poema é uma assertiva,
então o poema é visto pelo coração e pela razão.
Se diz que o poema é uma paixão,
então o poema lida com o irracional.
Se diz que o poema é uma expressão vital,
então o poema é a vida em palavra cantada.
Um poema estático não existe.
De acordo com a sua exegese ele é
naturalmente múltiplo e variegado.
Se quem o escreve é profícuo em produzi-los,
ele se mantém como técnica e amor pelo verso,
só não sei se o poema é talvez mecânico
ou sentimental, não sei se o poema
é um reflexo solitário e sem concretude,
ou se o poema é uma mentira travestida
de verdade universal,
não sei o que é o poema,
tampouco sabemos o que é o poeta,
somente podemos decifrar o mistério matizado
se o véu de Ísis for rasgado,
mas a natureza conserva em si mesma
o enigma de seus arcanos.
13/02/2009 Gustavo Bastos
sábado, 30 de outubro de 2010
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