VII – OS COMPARSAS DA FORÇA
Deixando a terra nova, eu colho a fumaça do céu.
Os dias passam, há náufragos, há o desterro.
Estava a terra boa repleta de sedes espumantes,
Um ar de cristal na chuva da alma,
Os sais do tempo intratável,
Um ar de riqueza e sonhos prisioneiros,
As canções da noite iluminavam aquele céu.
Os corais diante desta terra
Eram as mãos do encanto,
O gatilho das esferas,
O som estridente da barbárie.
Estava o delírio renascido,
Um sol de rachar a cabeça,
As águas então evaporaram.
Eu caí na perdição da terra,
A mesma sede de sempre.
Os olhares estalavam,
O sol da noite era o fogo do desejo.
Eu via os deuses soprando
A névoa solitária da canção.
Os meus comparsas da noite
Traziam o suprimento.
Não haveria fome por um tempo.
À terra perdida, eu dou tiros.
À terra dos fortes, eu sou um soldado da força.
Deixando a terra nova, saíram os forasteiros.
Atrás do mundo morto, que as flores amam.
Na noite cadavérica dos sonhos frios,
Eu colho a fumaça do céu
Das infinitas angústias.
Se olho pelos lados, é para conter o barro,
O brio montanhoso, o pavio tortuoso,
Nos fins da estrada.
Num traçado de fogo, o qual era destino,
Levei a dança aos corais,
Aos apreços pela arte.
À terra perdida, encontro o fim dos fins,
O começo da felicidade.
Vejo em toda vida honrada:
Virtudes raras de força,
A coragem,
Um homem escasso
Em dias de covardia.
Sei que são virtudes de liberdade.
E os filhos do desterro, soldados,
Meus comparsas, caem na graça eterna.
É a guerra da vida.
É o grito. O motim.
O horizonte que há na fronte armada.
Há o vinho e o tempo.
E o céu sobre a terra perdida.
sábado, 5 de dezembro de 2009
SINAIS DA TERRA PERDIDA VI
VI – FONTE DA SEDE SECA
Uns jazem loucos nas ribeiras,
A caravana sai ao deserto, a sede era o temor.
O vinho estava incandescente,
As luas nos hóspedes das noites fremiam ao espanto,
E o que calava na estrada era a santa imaculada.
As virgens invejavam a plenitude,
A caravana dos velhos regiam os céus grávidos de sol.
O corisco mandava matar-me à janela da liberdade.
Uns jazem loucos de sede odienta. É o tédio.
Eu rodeava os extermínios, que vulcões explodiam.
Fiquei estupefato e risonho.
Dei uma olhada aos ventos que ali planavam
Nas ribeiras, que descalço eu via.
A caravana dos odientos magos de estrelas
A caminhar, uns jazem nus pelo caminho.
Dou a guilhotina, o fuzil e a munição.
Para os alardes repentinos,
Um manancial de febres
Gritava, nem uma música acalmaria
Os tais viandantes.
Era tudo do vinho, e de uma fonte seca.
Uns jazem loucos nas ribeiras,
A caravana sai ao deserto, a sede era o temor.
O vinho estava incandescente,
As luas nos hóspedes das noites fremiam ao espanto,
E o que calava na estrada era a santa imaculada.
As virgens invejavam a plenitude,
A caravana dos velhos regiam os céus grávidos de sol.
O corisco mandava matar-me à janela da liberdade.
Uns jazem loucos de sede odienta. É o tédio.
Eu rodeava os extermínios, que vulcões explodiam.
Fiquei estupefato e risonho.
Dei uma olhada aos ventos que ali planavam
Nas ribeiras, que descalço eu via.
A caravana dos odientos magos de estrelas
A caminhar, uns jazem nus pelo caminho.
Dou a guilhotina, o fuzil e a munição.
Para os alardes repentinos,
Um manancial de febres
Gritava, nem uma música acalmaria
Os tais viandantes.
Era tudo do vinho, e de uma fonte seca.
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domingo, 29 de novembro de 2009
SINAIS DA TERRA PERDIDA V
V – LUZ
Essas brisas alegres relampejam, são luzes sortidas, vagam sob o sol, não se prendem.
São brisas róseas de verão, de sol firme, que invade o mormaço, que se funde à terra imaginada a óleo do pintor, que renascem sofridas dos ombros do trabalhador braçal. São brisas que levam fumaças, que a rua do ourives galanteia. Que a prataria toda queria como fogo.
Luzes dinâmicas e naturais. Brisas formosas que reluzem, relampejam, renascem nos ombros mortos-vivos do trabalhador braçal, braços na fábrica, braços viris.
Fico tonto, fico atônito.
Eu dou ao tempo um relógio de sol.
Caio na ressaca do tempo.
Eu finco bandeira na terra molhada, no pudor do cadáver, nas louras fêmeas morenas ruivas. Eu finco com os dentes!
Brisa cintila, relampeja. Luzes fêmeas rústicas, luzes fêmeas modernas.
Eu espero o verão, eu saio à noite atrás de mim. Atrás da fêmea.
Eu diria mesmo: Sou o soldado de vestes pagãs.
Anuncio: Os cordões de fogo, os labirintos dos matagais.
Bem seria uma beleza o Bem?
Estou na brisa, amante. Deveras.
É real o viço. Brisas quentes róseas floridas. Brisas frias róseas feridas. Estavam de vermelho. Estavam de branco. E um luto do avesso na estrela.
Eu derrubo a parede dos gigantes. Eu daria novamente este passo.
Se sofro, é por querer tudo. Se sofro, é por querer demais.
Aqui são sexos imaginados como fósseis raros. Eu puxo a alavanca. Sei muito bem o que é o amor. (Relampeja). Eu não durmo à espera. Se não veio nada, é porque nada esperei. Se veio ao menos uma Luz, eu a tenho em mim.
Brisas róseas floridas, feridas mordidas abertas, pulso.
Até o sangue é flor! Até o sangue, mesmo azul.
Do rio morto no mar eu aprendi que tudo é selvagem.
Não há edifício que suporte um toque de mágica.
Brisas etéreas róseas floridas, insônia criativa.
Bem é o Bem que seria?
Beleza também seria Beleza? E o Mal só uma festa de dançarinos?
A Besta 666 cai perante as asas. Ó facínora!
Essas brisas alegres relampejam, são luzes sortidas, vagam sob o sol, não se prendem.
São brisas róseas de verão, de sol firme, que invade o mormaço, que se funde à terra imaginada a óleo do pintor, que renascem sofridas dos ombros do trabalhador braçal. São brisas que levam fumaças, que a rua do ourives galanteia. Que a prataria toda queria como fogo.
Luzes dinâmicas e naturais. Brisas formosas que reluzem, relampejam, renascem nos ombros mortos-vivos do trabalhador braçal, braços na fábrica, braços viris.
Fico tonto, fico atônito.
Eu dou ao tempo um relógio de sol.
Caio na ressaca do tempo.
Eu finco bandeira na terra molhada, no pudor do cadáver, nas louras fêmeas morenas ruivas. Eu finco com os dentes!
Brisa cintila, relampeja. Luzes fêmeas rústicas, luzes fêmeas modernas.
Eu espero o verão, eu saio à noite atrás de mim. Atrás da fêmea.
Eu diria mesmo: Sou o soldado de vestes pagãs.
Anuncio: Os cordões de fogo, os labirintos dos matagais.
Bem seria uma beleza o Bem?
Estou na brisa, amante. Deveras.
É real o viço. Brisas quentes róseas floridas. Brisas frias róseas feridas. Estavam de vermelho. Estavam de branco. E um luto do avesso na estrela.
Eu derrubo a parede dos gigantes. Eu daria novamente este passo.
Se sofro, é por querer tudo. Se sofro, é por querer demais.
Aqui são sexos imaginados como fósseis raros. Eu puxo a alavanca. Sei muito bem o que é o amor. (Relampeja). Eu não durmo à espera. Se não veio nada, é porque nada esperei. Se veio ao menos uma Luz, eu a tenho em mim.
Brisas róseas floridas, feridas mordidas abertas, pulso.
Até o sangue é flor! Até o sangue, mesmo azul.
Do rio morto no mar eu aprendi que tudo é selvagem.
Não há edifício que suporte um toque de mágica.
Brisas etéreas róseas floridas, insônia criativa.
Bem é o Bem que seria?
Beleza também seria Beleza? E o Mal só uma festa de dançarinos?
A Besta 666 cai perante as asas. Ó facínora!
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SINAIS DA TERRA PERDIDA IV
IV – SOMBRA
Renascer é o trovão que ecoa entre as asas da sombra.
Quem deita no trono da sombra é o olho do sol,
Eu deito e caio em mim num redemoinho de cegueira.
Ventava dentro da alma,
Rompia-se a lucidez no ar da tortura,
A mágica divina nos ínferos do sentir.
Um mar sobe sobre as asas,
A sombra me ataca,
Eu aguardei uma rosa desmaiada.
À terra perdida dos desejos ínferos,
Aos torturadores dos anjos,
À sombra que desce,
Ao ar que falta,
Uma louca cantava para mim.
Eu descia, longe da terra perdida,
Tanto que me perdia, com o tesouro que fugia.
Eu que digo: Sou a batalha nas trevas.
Esqueço que um dia fui alma.
O olhar se perde, a alma desce, desce ...
Eu quero a minha sorte,
Os olhos querem sede, têm sede,
São os olhos das trevas,
As mortais campanhas,
Que descem, que descem ...
Eu perco a visão,
Estou cego e só vejo a sombra.
Mais nada virá,
Somente fantasmas.
Renascer é o trovão que ecoa entre as asas da sombra.
Quem deita no trono da sombra é o olho do sol,
Eu deito e caio em mim num redemoinho de cegueira.
Ventava dentro da alma,
Rompia-se a lucidez no ar da tortura,
A mágica divina nos ínferos do sentir.
Um mar sobe sobre as asas,
A sombra me ataca,
Eu aguardei uma rosa desmaiada.
À terra perdida dos desejos ínferos,
Aos torturadores dos anjos,
À sombra que desce,
Ao ar que falta,
Uma louca cantava para mim.
Eu descia, longe da terra perdida,
Tanto que me perdia, com o tesouro que fugia.
Eu que digo: Sou a batalha nas trevas.
Esqueço que um dia fui alma.
O olhar se perde, a alma desce, desce ...
Eu quero a minha sorte,
Os olhos querem sede, têm sede,
São os olhos das trevas,
As mortais campanhas,
Que descem, que descem ...
Eu perco a visão,
Estou cego e só vejo a sombra.
Mais nada virá,
Somente fantasmas.
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terça-feira, 17 de novembro de 2009
SINAIS DA TERRA PERDIDA III
III – INCENDIÁRIOS
As naus combatem nas fontes ígneas, e o capitão dá o colo à princesa.
Bem-aventurados, as mesmas tropas de outrora, que buscavam nos salões de vidro o sal morto e a viva canção das fúrias, com brios intempestivos que comiam as máquinas, com os motores de válvulas velhas do poema como um rasgo de existência.
Não procurei no horror dos salões de uma nau o que estive a procurar, o salgado mergulho, ou as bocas fêmeas idólatras da fadiga do meu honroso combate.
Eu vi a doce bruxa da estrada morder o meu delírio, e as naus das fontes se cobriam daquele calor familiar da paixão. Esperei a tal bruxa invadir os meus pesadelos, ela que era a mais bonita de tal estadia nas fontes de fumaça, ígneas fontes das naus perdidas, que no mar gritavam, levadas ao calabouço da tragédia, e o mar se agigantou – a própria tragédia.
Passeava atrás dos tesouros perdidos, da terra perdida, do sonho fugidio, na estrada dos calores; imerso ou afogado, estupor e orgia me levavam. O que era bem esperado por mim, não veio. Eu esperei, passeava em busca da riqueza, da matéria mais limpa, do ouro mais vasto. Eu degluti a espera. Esperei e morri. Mas que vida mais insípida tive que viver. A bruxa era uma princesa que eu sentia bem próxima, poderia ser até uma libertina.
Mas, voltei à terra. Os incendiários desceram das naus, aqui entre os portos de uma terra enevoada dos delírios, do viço titânico das armas, e a solda das quenturas ígneas de uma tal fonte invisível.
Já que eu era um tal soldado, saía caçando a beleza. Eu também deveria dizer: uma princesa será minha, um encanto será meu, e todas as muralhas cairão perante o fogo.
As naus descansam já em cinzas. E as cinzas são o sangue que eu derramo, não livrando o pecado ou o crime de todas as mortalhas do impossível.
Era tal caminho próprio ao meu lar, sou o mesmo poeta que incendiou as almas do inferno, que nas naus combatia como um visionário, e que da loucura tomou a vitória. Depois de toda tragédia, do alarme da podridão, e dos gritos enfeitiçados de sonho.
Eu levei um tal incêndio que dormia em mim. Não fico com o que buscava. O tesouro da existência não foi achado, pois é apenas um oásis, ou seja, fontes ígneas de ilusão.
As naus combatem nas fontes ígneas, e o capitão dá o colo à princesa.
Bem-aventurados, as mesmas tropas de outrora, que buscavam nos salões de vidro o sal morto e a viva canção das fúrias, com brios intempestivos que comiam as máquinas, com os motores de válvulas velhas do poema como um rasgo de existência.
Não procurei no horror dos salões de uma nau o que estive a procurar, o salgado mergulho, ou as bocas fêmeas idólatras da fadiga do meu honroso combate.
Eu vi a doce bruxa da estrada morder o meu delírio, e as naus das fontes se cobriam daquele calor familiar da paixão. Esperei a tal bruxa invadir os meus pesadelos, ela que era a mais bonita de tal estadia nas fontes de fumaça, ígneas fontes das naus perdidas, que no mar gritavam, levadas ao calabouço da tragédia, e o mar se agigantou – a própria tragédia.
Passeava atrás dos tesouros perdidos, da terra perdida, do sonho fugidio, na estrada dos calores; imerso ou afogado, estupor e orgia me levavam. O que era bem esperado por mim, não veio. Eu esperei, passeava em busca da riqueza, da matéria mais limpa, do ouro mais vasto. Eu degluti a espera. Esperei e morri. Mas que vida mais insípida tive que viver. A bruxa era uma princesa que eu sentia bem próxima, poderia ser até uma libertina.
Mas, voltei à terra. Os incendiários desceram das naus, aqui entre os portos de uma terra enevoada dos delírios, do viço titânico das armas, e a solda das quenturas ígneas de uma tal fonte invisível.
Já que eu era um tal soldado, saía caçando a beleza. Eu também deveria dizer: uma princesa será minha, um encanto será meu, e todas as muralhas cairão perante o fogo.
As naus descansam já em cinzas. E as cinzas são o sangue que eu derramo, não livrando o pecado ou o crime de todas as mortalhas do impossível.
Era tal caminho próprio ao meu lar, sou o mesmo poeta que incendiou as almas do inferno, que nas naus combatia como um visionário, e que da loucura tomou a vitória. Depois de toda tragédia, do alarme da podridão, e dos gritos enfeitiçados de sonho.
Eu levei um tal incêndio que dormia em mim. Não fico com o que buscava. O tesouro da existência não foi achado, pois é apenas um oásis, ou seja, fontes ígneas de ilusão.
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SINAIS DA TERRA PERDIDA II
II – DILACERADOS
Bem dispostos estão os brutos, superadas estão
a sensibilidade e a dilaceração.
Estamos ao mundo, e as orgias
são festanças intermináveis.
Como direi aos belos corações um vinho
e uma fagulha de amor na antecâmara do caos?
Não perguntei por estes ovos de serpente,
Nem há o que comer em tais embriões.
O que de ódio vive, lá no intenso sopro corria.
Ao ver-te, minha dama, senti a melhor inspiração.
Mas vem a Vênus tardia. (Vozes do Mito).
Eu brinco de fazer castelos, pelas palavras adiante.
Devaneios são o infortúnio que eu criei de teimoso,
À vivificante dilaceração!
Em que obrar, a não ser dizer?
A língua é que julga o que nos rodeia.
Somos capazes de reconhecer na beleza
Um pouco de tragédia.
É das árvores de copas vermelhas que o outono se vê,
E em si mesmo se fere.
Há de ter uma lógica natural,
Quando caem os estimulantes dos olhos,
E as bruxarias acordam com risos estridentes.
Quem diz que é certo ao lado de fora?
Pois lá não é mundo. É de lá que tudo aqui se sustenta.
De onde? Do além que não se vê,
Tais sentidos físicos, não alquímicos.
Dilacerados. Matança!
Já era mortalha nos vales da Babilônia.
Ou um Minotauro de Creta que era uma tumba.
Quem quer ver ouro e morre?
São os ditos pagãos.
Eles não comem hóstia.
Regimento. É hora de partir!
Com a rua aniquilada eu dou o veredicto terrível.
Mais que o regimento, as horas do soldado da noite.
No rufar dos tambores se anuncia:
Guerra aos generais!
A sensibilidade requer uma força sobre-humana.
Que me ferve, ó anjo da sede!
Senão as paixões? Pois ela é dita uma dama.
Pois tem paixões, no singular, como seria tal mulher.
Ela bem sabe que o paganismo
Está mais próximo da lógica natural,
Que a tragédia grega eleva o espírito.
Já não se tem piedade?
Ó mártir! Te quero o meu refém. Belo Cristo é este danado!
Os deveres da compaixão também seguem a cruz.
Tão vivo é o pagão e tão comovente é o cristão!
Eu não sei de nada que seja inoportuno.
Quem dá o sinal da terra perdida?
Ela nunca existiu!
Bem dispostos estão os brutos, superadas estão
a sensibilidade e a dilaceração.
Estamos ao mundo, e as orgias
são festanças intermináveis.
Como direi aos belos corações um vinho
e uma fagulha de amor na antecâmara do caos?
Não perguntei por estes ovos de serpente,
Nem há o que comer em tais embriões.
O que de ódio vive, lá no intenso sopro corria.
Ao ver-te, minha dama, senti a melhor inspiração.
Mas vem a Vênus tardia. (Vozes do Mito).
Eu brinco de fazer castelos, pelas palavras adiante.
Devaneios são o infortúnio que eu criei de teimoso,
À vivificante dilaceração!
Em que obrar, a não ser dizer?
A língua é que julga o que nos rodeia.
Somos capazes de reconhecer na beleza
Um pouco de tragédia.
É das árvores de copas vermelhas que o outono se vê,
E em si mesmo se fere.
Há de ter uma lógica natural,
Quando caem os estimulantes dos olhos,
E as bruxarias acordam com risos estridentes.
Quem diz que é certo ao lado de fora?
Pois lá não é mundo. É de lá que tudo aqui se sustenta.
De onde? Do além que não se vê,
Tais sentidos físicos, não alquímicos.
Dilacerados. Matança!
Já era mortalha nos vales da Babilônia.
Ou um Minotauro de Creta que era uma tumba.
Quem quer ver ouro e morre?
São os ditos pagãos.
Eles não comem hóstia.
Regimento. É hora de partir!
Com a rua aniquilada eu dou o veredicto terrível.
Mais que o regimento, as horas do soldado da noite.
No rufar dos tambores se anuncia:
Guerra aos generais!
A sensibilidade requer uma força sobre-humana.
Que me ferve, ó anjo da sede!
Senão as paixões? Pois ela é dita uma dama.
Pois tem paixões, no singular, como seria tal mulher.
Ela bem sabe que o paganismo
Está mais próximo da lógica natural,
Que a tragédia grega eleva o espírito.
Já não se tem piedade?
Ó mártir! Te quero o meu refém. Belo Cristo é este danado!
Os deveres da compaixão também seguem a cruz.
Tão vivo é o pagão e tão comovente é o cristão!
Eu não sei de nada que seja inoportuno.
Quem dá o sinal da terra perdida?
Ela nunca existiu!
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quarta-feira, 4 de novembro de 2009
SINAIS DA TERRA PERDIDA I
SINAIS DA TERRA PERDIDA
I – O DELÍRIO DAS ROSAS
Há de convir, caros amigos, que a noite urge de ideias mágicas.
Parado ao poste um soldado toca o trombone,
E seu ímpar ar de guerreiro assume as formas da noite.
Pega um cigarro, e de um breve toque, diz à amada
Os seus anseios de fortuna.
Medra entre as cavalarias o toque de recolher.
O bom soldado há de ser um cavalheiro,
Cortejando uma boa dama para a sua felicidade,
Num rio esbelto que molha
Os chifres de um tão belo demônio.
Com o sinistro rei dos pórticos, à espera da nuvem preta,
Ele tem de carregar os cânceres mesquinhos,
Na morbidez insana do amor mal falado
De seus delírios,
Quando roubava uma flor do jardim que havia no céu.
De má fama vivem os anzóis,
Com as fardas sujas de sangue coagulado,
Que beijam a carcaça do soldado
À meia-noite.
Tudo é belo, e o mais belo é o cantor da noite,
Temendo que a lua escape ao sino das trovoadas.
Há de convir, caros amigos, que a noite urge de ideias mágicas.
Como num sonho alto e súbito,
Pus-me a escrivinhar sob a lareira,
E os inúmeros e infindáveis calores
Tomavam a forma de um capataz.
Os trabalhos da pedregosa estrada,
Longe dos mosteiros,
E perto dos silvícolas,
À base de chicotes e mármore,
A tudo apinhado de pedregulhos,
Que os sentinelas ulcerosos
Brotavam das telas daquele cenário desolado.
Era uma noite sitiada dos mistérios milenares,
Que o Tarô, e nem mesmo as Runas,
Ou tais patifarias de bolas de cristal,
Poderiam decifrá-la.
Eis-me soldado, que de rugas converte a juventude.
Pois dava o sinal para os marginais:
“Está tudo sitiado, tomamos a várzea.”
Eram as mulheres, um atoleiro bem prazeroso.
Estando as casas em volta do cerco,
Pura ruína, puro sol carcomido,
De velas derretidas,
Queimando a barbárie dos anos.
Óbvio é o meu prisma,
E dei um tanto de virgens,
Mais um tanto de vagabundas,
Mais outro tanto de esposas,
E um amontoado de solteironas
Atrás de maridos cruéis.
Ó tropa! Fui soldado da quermesse.
E o delírio cai severo, o amor
É todo este mistério.
Meus senhores, minhas senhoras,
Divirtam-se!
É meia-noite, sim!
A cidade está tomada.
Os cadáveres são os meus amores.
Eu vejo a mão da guerra nas minhas visões.
Uns mais esbeltos, são soldados românticos.
A sinistra forma da beleza
É uma receita de ilusões brilhantes.
O que brilha à noite?
Não resistam aos cantos.
Oráculo desolado.
Os Tarôs, e os ciganos videntes?
Não, meus amigos, tais cartas
Não decifram a noite,
Esta noite maravilhosa!
Vos digo: A cidade está tomada,
Já dispersei os demônios que dançavam.
Vou beber cerveja.
Vou fumar cigarros.
Falar asneiras impopulares.
Teorias sem começo ou sem rabo.
Tropeçar no farol da alegria.
Ó mundana canção!
É a noite da saturnal!
Meus calores hão de suar.
Estive farto de toda magreza.
Quero encher a taça!
Meus troféus são papéis queimados.
Poemas cuspidos no bueiro dos azares.
(Eu, que sou a noite eterna).
Teria o mistério à noite se revelado?
Mas tudo se guarda.
À noite, uns impostores sem gládio morrem,
Guerreiros mártires cheios de sonhos e ambições.
Uns outros beberrões.
À beberagem, meus comparsas!
Eu? Me satisfaço no sabor oportuno.
Há de convir, caros amigos, que a noite urge de ideias mágicas.
Sai o batalhão por esta noite tumultuada,
São os rincões a ver navios.
O Bem se cria, neste asfalto deprimido.
A cidade está tomada,
Meus anjos, meus marginais,
Meus doutores!
Última miragem no castelo,
Última sensação.
Eu que nem fui um homem,
Pois que sou fantasma.
A cidade está tomada,
Digam os mordazes e os loucos.
Tudo silencia ou tudo grita?
À meia-noite tudo está tomado de prazer.
Eis-me aqui:
Soldado que não acredita em baralhos.
Pois viria então, a peste que diz:
“O louco”.
Eu esqueceria.
Mas, vem me dizer este último choque de mitologia:
“Está esperando tua amada sem se dar conta,
Está esperando tua amada na dor da busca,
Está esperando o que sempre quis ...
Tua linda amada que flutua na noite.”
I – O DELÍRIO DAS ROSAS
Há de convir, caros amigos, que a noite urge de ideias mágicas.
Parado ao poste um soldado toca o trombone,
E seu ímpar ar de guerreiro assume as formas da noite.
Pega um cigarro, e de um breve toque, diz à amada
Os seus anseios de fortuna.
Medra entre as cavalarias o toque de recolher.
O bom soldado há de ser um cavalheiro,
Cortejando uma boa dama para a sua felicidade,
Num rio esbelto que molha
Os chifres de um tão belo demônio.
Com o sinistro rei dos pórticos, à espera da nuvem preta,
Ele tem de carregar os cânceres mesquinhos,
Na morbidez insana do amor mal falado
De seus delírios,
Quando roubava uma flor do jardim que havia no céu.
De má fama vivem os anzóis,
Com as fardas sujas de sangue coagulado,
Que beijam a carcaça do soldado
À meia-noite.
Tudo é belo, e o mais belo é o cantor da noite,
Temendo que a lua escape ao sino das trovoadas.
Há de convir, caros amigos, que a noite urge de ideias mágicas.
Como num sonho alto e súbito,
Pus-me a escrivinhar sob a lareira,
E os inúmeros e infindáveis calores
Tomavam a forma de um capataz.
Os trabalhos da pedregosa estrada,
Longe dos mosteiros,
E perto dos silvícolas,
À base de chicotes e mármore,
A tudo apinhado de pedregulhos,
Que os sentinelas ulcerosos
Brotavam das telas daquele cenário desolado.
Era uma noite sitiada dos mistérios milenares,
Que o Tarô, e nem mesmo as Runas,
Ou tais patifarias de bolas de cristal,
Poderiam decifrá-la.
Eis-me soldado, que de rugas converte a juventude.
Pois dava o sinal para os marginais:
“Está tudo sitiado, tomamos a várzea.”
Eram as mulheres, um atoleiro bem prazeroso.
Estando as casas em volta do cerco,
Pura ruína, puro sol carcomido,
De velas derretidas,
Queimando a barbárie dos anos.
Óbvio é o meu prisma,
E dei um tanto de virgens,
Mais um tanto de vagabundas,
Mais outro tanto de esposas,
E um amontoado de solteironas
Atrás de maridos cruéis.
Ó tropa! Fui soldado da quermesse.
E o delírio cai severo, o amor
É todo este mistério.
Meus senhores, minhas senhoras,
Divirtam-se!
É meia-noite, sim!
A cidade está tomada.
Os cadáveres são os meus amores.
Eu vejo a mão da guerra nas minhas visões.
Uns mais esbeltos, são soldados românticos.
A sinistra forma da beleza
É uma receita de ilusões brilhantes.
O que brilha à noite?
Não resistam aos cantos.
Oráculo desolado.
Os Tarôs, e os ciganos videntes?
Não, meus amigos, tais cartas
Não decifram a noite,
Esta noite maravilhosa!
Vos digo: A cidade está tomada,
Já dispersei os demônios que dançavam.
Vou beber cerveja.
Vou fumar cigarros.
Falar asneiras impopulares.
Teorias sem começo ou sem rabo.
Tropeçar no farol da alegria.
Ó mundana canção!
É a noite da saturnal!
Meus calores hão de suar.
Estive farto de toda magreza.
Quero encher a taça!
Meus troféus são papéis queimados.
Poemas cuspidos no bueiro dos azares.
(Eu, que sou a noite eterna).
Teria o mistério à noite se revelado?
Mas tudo se guarda.
À noite, uns impostores sem gládio morrem,
Guerreiros mártires cheios de sonhos e ambições.
Uns outros beberrões.
À beberagem, meus comparsas!
Eu? Me satisfaço no sabor oportuno.
Há de convir, caros amigos, que a noite urge de ideias mágicas.
Sai o batalhão por esta noite tumultuada,
São os rincões a ver navios.
O Bem se cria, neste asfalto deprimido.
A cidade está tomada,
Meus anjos, meus marginais,
Meus doutores!
Última miragem no castelo,
Última sensação.
Eu que nem fui um homem,
Pois que sou fantasma.
A cidade está tomada,
Digam os mordazes e os loucos.
Tudo silencia ou tudo grita?
À meia-noite tudo está tomado de prazer.
Eis-me aqui:
Soldado que não acredita em baralhos.
Pois viria então, a peste que diz:
“O louco”.
Eu esqueceria.
Mas, vem me dizer este último choque de mitologia:
“Está esperando tua amada sem se dar conta,
Está esperando tua amada na dor da busca,
Está esperando o que sempre quis ...
Tua linda amada que flutua na noite.”
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quinta-feira, 29 de outubro de 2009
CONFERÊNCIA
CONFERÊNCIA
Acidente é o instante como nunca dantes,
E o tempo é insistente e o que me deixa
Além de mim e de mundos concêntricos.
Atrás da noite na urdidura,
A disciplina e o método e o uso do verso.
Não há nascente tão legítima que ilumina
Tão poucos reféns, não há silente momento
Em que escuto nada.
Em vez de me divertir no óbvio,
Sairei em outros mares,
Sairei ao que não conheço,
Estando astuto, estando ao encontro da noite além de mim,
Que sou pessoa indigente ou identidade sem contexto,
Que sou o mesmo dos diferentes elementos,
Que sou o que nunca será o que foi antes,
E que não foi o que é agora instante.
São cortesias do fio da meada, o instante que é vigor do tempo,
O instante que é o coração, e as mesmas questões,
E as tão exíguas esperanças de mudança,
Mesmo que se mude o tempo inteiro
O que é por fim nada.
E o que me devora é o tempo sem volta das mesmas questões,
E as tão vastas sementes do que virá.
Se é o que não sei o que virá, mas que virá.
Empresto o meu trabalho ao ócio, o meu trabalho é o ócio.
Das mãos saem obras majestosas, além de tudo que é vago,
E que é mistério do instante criativo.
Eu vi, sem mais delongas, a estrela viandante
Que vai e vai e vai ...
Ser o que é, ser o que não é, mistério ficcional.
Além de mim não estou, e sem lugar não poderia ir neste que não sou.
Posto que sou o mesmo, tempo e carne, mudança e tormento
Do mesmo que se multiplica.
O uso do verso é o uso do viver, o tempo de ser o que é
E de querer ser o que não é.
Como nunca dantes navegados mares que já naveguei,
Singradura e sangria, composição e toque,
Poema de sonho, poema de poema dentro de mim.
Acidente é o instante como nunca dantes,
E o tempo é insistente e o que me deixa
Além de mim e de mundos concêntricos.
Atrás da noite na urdidura,
A disciplina e o método e o uso do verso.
Não há nascente tão legítima que ilumina
Tão poucos reféns, não há silente momento
Em que escuto nada.
Em vez de me divertir no óbvio,
Sairei em outros mares,
Sairei ao que não conheço,
Estando astuto, estando ao encontro da noite além de mim,
Que sou pessoa indigente ou identidade sem contexto,
Que sou o mesmo dos diferentes elementos,
Que sou o que nunca será o que foi antes,
E que não foi o que é agora instante.
São cortesias do fio da meada, o instante que é vigor do tempo,
O instante que é o coração, e as mesmas questões,
E as tão exíguas esperanças de mudança,
Mesmo que se mude o tempo inteiro
O que é por fim nada.
E o que me devora é o tempo sem volta das mesmas questões,
E as tão vastas sementes do que virá.
Se é o que não sei o que virá, mas que virá.
Empresto o meu trabalho ao ócio, o meu trabalho é o ócio.
Das mãos saem obras majestosas, além de tudo que é vago,
E que é mistério do instante criativo.
Eu vi, sem mais delongas, a estrela viandante
Que vai e vai e vai ...
Ser o que é, ser o que não é, mistério ficcional.
Além de mim não estou, e sem lugar não poderia ir neste que não sou.
Posto que sou o mesmo, tempo e carne, mudança e tormento
Do mesmo que se multiplica.
O uso do verso é o uso do viver, o tempo de ser o que é
E de querer ser o que não é.
Como nunca dantes navegados mares que já naveguei,
Singradura e sangria, composição e toque,
Poema de sonho, poema de poema dentro de mim.
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009
ERUDIÇÕES DE NARCISO
ERUDIÇÕES DE NARCISO
Narciso não se contradiz, ele tem todas as astúcias.
Usa da lógica em todas as disputas.
Recita de cor qualquer Shakespeare, Goethe,
Rimbaud, Pessoa ... diz saber o que eles dizem.
E mesmo sem crer, diz ter a Bíblia no cérebro.
Ele quer um Mozart sem guardá-lo no coração.
Faz do livro o seu fundamento.
Historiador, cientista, na verdade,
Um eclético!
Ele quer livros, meticulosos, estratégicos.
Narciso é exímio em qualquer assunto.
Não sabe que é figura demagógica,
Pois se diz grande pedagogo.
Poeta eu sei que não é.
Também não admite ser ignorante em algo,
Posto que é letrado.
Sua erudição é do tamanho de um grão.
Tem o coração gelado.
Mas ele diz que seu saber é uma plantação de latifúndio.
(Daí eu penso: Monocultura).
Ele bebe o pedantismo,
Tal como seria o seu argumento:
“Exegese, propedêutica, prolegômenos,
Locupletar-se como enfadonho!”
A hermenêutica ele diz tê-la.
As frases de efeito são vigas de seus castelos.
Mais uma vez, ele quer a réplica:
“De acordo com os racionalistas,
Esta é uma sensação, de nada serve
A não ser como paixão.
Eu digo tenho tudo, pois tenho tudo!”
Mais um vate, ele diz ser crendice.
Eruditos odeiam crendices!
Ele tem suspeitas quanto ao populacho,
É um lorde.
Ora, toda problemática ele tem na manga.
(Todas questões óbvias, leia-se).
Todas as disciplinas estão sob domínio
De seu astuto raciocínio.
Eu digo, doutor patife:
“És um multicor cinzento,
Ou seja, que nada sabe ...
Nem de si mesmo.”
Narciso não se contradiz, ele tem todas as astúcias.
Usa da lógica em todas as disputas.
Recita de cor qualquer Shakespeare, Goethe,
Rimbaud, Pessoa ... diz saber o que eles dizem.
E mesmo sem crer, diz ter a Bíblia no cérebro.
Ele quer um Mozart sem guardá-lo no coração.
Faz do livro o seu fundamento.
Historiador, cientista, na verdade,
Um eclético!
Ele quer livros, meticulosos, estratégicos.
Narciso é exímio em qualquer assunto.
Não sabe que é figura demagógica,
Pois se diz grande pedagogo.
Poeta eu sei que não é.
Também não admite ser ignorante em algo,
Posto que é letrado.
Sua erudição é do tamanho de um grão.
Tem o coração gelado.
Mas ele diz que seu saber é uma plantação de latifúndio.
(Daí eu penso: Monocultura).
Ele bebe o pedantismo,
Tal como seria o seu argumento:
“Exegese, propedêutica, prolegômenos,
Locupletar-se como enfadonho!”
A hermenêutica ele diz tê-la.
As frases de efeito são vigas de seus castelos.
Mais uma vez, ele quer a réplica:
“De acordo com os racionalistas,
Esta é uma sensação, de nada serve
A não ser como paixão.
Eu digo tenho tudo, pois tenho tudo!”
Mais um vate, ele diz ser crendice.
Eruditos odeiam crendices!
Ele tem suspeitas quanto ao populacho,
É um lorde.
Ora, toda problemática ele tem na manga.
(Todas questões óbvias, leia-se).
Todas as disciplinas estão sob domínio
De seu astuto raciocínio.
Eu digo, doutor patife:
“És um multicor cinzento,
Ou seja, que nada sabe ...
Nem de si mesmo.”
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quinta-feira, 8 de outubro de 2009
POEMA CONTEMPORÂNEO
POEMA CONTEMPORÂNEO
Tudo posso quando estou sóbrio. Devagar a besta-fera aparece para desmistificar as campânulas morticínios e ardores. Meu caro amigo, tu esfacelaste a melhor de minhas canções. Eu praguejo tuas homicidas expectativas num arroubo de prosélitos. Nunca uma cara imberbe como a minha teve a glória humana tão rebuscada e enfadonha. Triste é tecer o ritmo nesta nau desnaturada, como se através do espelho eu fosse um ninguém que pensa come e vomita. Ora, neste corpo que eu tenho sobram estrias e hemorragias. Sou a doença destemida dos fervores do ferro e do antiácido de meus gastroritmos e fobias. Lá na nuvem de terror tonitruante espero a bela dama, tal como corriqueira gozada de coxas e vaginas. Eu tenho que dizer ao meu estio na narrativa de um doidivanas que eu pequei, mas não por não temer a morte, mas sim por puro engano premeditado, uma séria convulsão me tomou de epilepsia, eu tinha no vagar das nuvens a profilaxia deste impudico sistema de lavagens estomacais. Pois do ventre à boca sobram estrumes de nova vida. Casto e derrotado, o frei perdeu as suas lembranças num petardo poético de sexolatria. Perdeu seu costume de pedir a Deus que o receba em seu seio, pois já era posta a sua fogueira de desejo contra os desígnios cristãos, ou contra a velha hipocrisia eclesiástica numa explosão secular. Memória é o que lhe traz consigo na mesma solidão de perdidos e fulgores desazados. Troças e chistes são a bênção de seu escapulário. Voltando-me à mesa do breakfast, meus olhos semeiam fome e desordem, depois we have lunch and after that we fuck and laugh, this is my happiness e hora de brindar. My silence diz primeiro o que eu devo esquecer, desde as minhas vergonhas ocultas até os ferrolhos de minha dor trancada. Era tudo o que eu disse diante de todas as controvérsias, eu amo a polêmica com as parcas trágicas de um trovador desmaiando em versos e sendo o lume de minhas explanações. Sofista é o que és, puto imoral, bosta revirada, veado disforme, comedor de obesas, poeta do frenesi e da contumélia. Certo ainda é o meu passaporte para o inferno, ó cidade do bacanal, nada te sobra em fervor de Sodoma! Ora, quanto tenho de desejo pelas ancas agrupadas como despojos e o dia infinito de sortilégios atenazados para a tortura do insciente! Levo com minhas proeminências a fama de um capataz e verdugo, tão morto que fede a álcool e vinagre, todas as misérias formam um alvo de raízes pertinazes em suas terras desbravadas, sobrando ao verme de minhas estultícias um mercado de aberrações pós-modernas, como Satã e suas diabruras, como a guerra com os several corpses like dead souls. Todo o esquema com que se constróem as maquinações da hipocrisia são como sonhos magalomaníacos de um tarado com o pau em riste, neste mundo não sobra ao poema sequer uma pouca vantagem, pois de que serve o poeta se lhe vem o desdém e o ostracismo? Não resta de fato nem um pouco de frescor em sua juventude narcotizada, maconheiros que alimentam a máquina da morte que o drugs don`t work dos traficantes almejam. Sem falar dos que já morreram por motivo torpe, esse é o mundo, meus caros, uma dose sempre cai bem para quem não quer nada mais que sonhar longe da angústia dos que permanecem sóbrios. Este é o rock`n`roll de uma tragédia apocalíptica, sinfonia do caos e da desordem, toda uma técnica de dominação foucaltiana de territórios demarcados por forças em suas microvilosidades, tudo o que o poeta sóbrio vê e por isso se desespera sem o alento de uma paz cosmopolita. Nós somos os filhos contemporâneos numa barca sem rumo. Hasta la victoria siempre!
02/08/2009 Gustavo Bastos
Tudo posso quando estou sóbrio. Devagar a besta-fera aparece para desmistificar as campânulas morticínios e ardores. Meu caro amigo, tu esfacelaste a melhor de minhas canções. Eu praguejo tuas homicidas expectativas num arroubo de prosélitos. Nunca uma cara imberbe como a minha teve a glória humana tão rebuscada e enfadonha. Triste é tecer o ritmo nesta nau desnaturada, como se através do espelho eu fosse um ninguém que pensa come e vomita. Ora, neste corpo que eu tenho sobram estrias e hemorragias. Sou a doença destemida dos fervores do ferro e do antiácido de meus gastroritmos e fobias. Lá na nuvem de terror tonitruante espero a bela dama, tal como corriqueira gozada de coxas e vaginas. Eu tenho que dizer ao meu estio na narrativa de um doidivanas que eu pequei, mas não por não temer a morte, mas sim por puro engano premeditado, uma séria convulsão me tomou de epilepsia, eu tinha no vagar das nuvens a profilaxia deste impudico sistema de lavagens estomacais. Pois do ventre à boca sobram estrumes de nova vida. Casto e derrotado, o frei perdeu as suas lembranças num petardo poético de sexolatria. Perdeu seu costume de pedir a Deus que o receba em seu seio, pois já era posta a sua fogueira de desejo contra os desígnios cristãos, ou contra a velha hipocrisia eclesiástica numa explosão secular. Memória é o que lhe traz consigo na mesma solidão de perdidos e fulgores desazados. Troças e chistes são a bênção de seu escapulário. Voltando-me à mesa do breakfast, meus olhos semeiam fome e desordem, depois we have lunch and after that we fuck and laugh, this is my happiness e hora de brindar. My silence diz primeiro o que eu devo esquecer, desde as minhas vergonhas ocultas até os ferrolhos de minha dor trancada. Era tudo o que eu disse diante de todas as controvérsias, eu amo a polêmica com as parcas trágicas de um trovador desmaiando em versos e sendo o lume de minhas explanações. Sofista é o que és, puto imoral, bosta revirada, veado disforme, comedor de obesas, poeta do frenesi e da contumélia. Certo ainda é o meu passaporte para o inferno, ó cidade do bacanal, nada te sobra em fervor de Sodoma! Ora, quanto tenho de desejo pelas ancas agrupadas como despojos e o dia infinito de sortilégios atenazados para a tortura do insciente! Levo com minhas proeminências a fama de um capataz e verdugo, tão morto que fede a álcool e vinagre, todas as misérias formam um alvo de raízes pertinazes em suas terras desbravadas, sobrando ao verme de minhas estultícias um mercado de aberrações pós-modernas, como Satã e suas diabruras, como a guerra com os several corpses like dead souls. Todo o esquema com que se constróem as maquinações da hipocrisia são como sonhos magalomaníacos de um tarado com o pau em riste, neste mundo não sobra ao poema sequer uma pouca vantagem, pois de que serve o poeta se lhe vem o desdém e o ostracismo? Não resta de fato nem um pouco de frescor em sua juventude narcotizada, maconheiros que alimentam a máquina da morte que o drugs don`t work dos traficantes almejam. Sem falar dos que já morreram por motivo torpe, esse é o mundo, meus caros, uma dose sempre cai bem para quem não quer nada mais que sonhar longe da angústia dos que permanecem sóbrios. Este é o rock`n`roll de uma tragédia apocalíptica, sinfonia do caos e da desordem, toda uma técnica de dominação foucaltiana de territórios demarcados por forças em suas microvilosidades, tudo o que o poeta sóbrio vê e por isso se desespera sem o alento de uma paz cosmopolita. Nós somos os filhos contemporâneos numa barca sem rumo. Hasta la victoria siempre!
02/08/2009 Gustavo Bastos
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sábado, 3 de outubro de 2009
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quinta-feira, 1 de outubro de 2009
PERCURSO DO HOMEM MATERIAL
PERCURSO DO HOMEM MATERIAL
No vácuo desinteressei-me por pouco
Do que há pouco se viu do mar de mistério,
Das luzes cromáticas
Marquei uma luz azul,
Das máquinas e das obras delas nascidas
Edifiquei um plasma silente.
Quando se fez o fio da arte
Machuquei explosões de sentidos,
Demarquei a remarca dos meus corpos azuis,
Exilei-me por um nada absurdo
O qual alimentei de lamento.
Como num lamaçal de lares queimando,
Eis que vi uma nuvem que veio
Do fogo atrás dos teatros e novelas,
Eis que vi um buraco alheio
De coração dilatado,
Eis que menti por vezes várias
Quem eu era, se nas inteligências
Se fazia a teoria pacata
Descansada do choro.
Milagres e bandeiras,
Pelotão de fuzilamento
Das alegrias,
Somente um fantasma vivo
Que repetia o insondável
Que está no vácuo,
Vertigem física
Ou vento que não soprou.
Um banquete de fome e anarquia
Nos pecadores sem culpa,
E o rigor da vida mecânica,
Ou era nada ou era tudo
De que as coisas são,
Entrei no vácuo
De que me fiz
Primeiro conhecedor
Do mundo que se viveu
O impossível.
Uma máquina tempo espaço
Que de vácuo é um todo sem matéria
Ou matéria infeliz e esquecida,
Espero que seja toda uma vida
De poesia, que se esqueça da ferida.
No vácuo desinteressei-me por pouco
Do que há pouco se viu do mar de mistério,
Das luzes cromáticas
Marquei uma luz azul,
Das máquinas e das obras delas nascidas
Edifiquei um plasma silente.
Quando se fez o fio da arte
Machuquei explosões de sentidos,
Demarquei a remarca dos meus corpos azuis,
Exilei-me por um nada absurdo
O qual alimentei de lamento.
Como num lamaçal de lares queimando,
Eis que vi uma nuvem que veio
Do fogo atrás dos teatros e novelas,
Eis que vi um buraco alheio
De coração dilatado,
Eis que menti por vezes várias
Quem eu era, se nas inteligências
Se fazia a teoria pacata
Descansada do choro.
Milagres e bandeiras,
Pelotão de fuzilamento
Das alegrias,
Somente um fantasma vivo
Que repetia o insondável
Que está no vácuo,
Vertigem física
Ou vento que não soprou.
Um banquete de fome e anarquia
Nos pecadores sem culpa,
E o rigor da vida mecânica,
Ou era nada ou era tudo
De que as coisas são,
Entrei no vácuo
De que me fiz
Primeiro conhecedor
Do mundo que se viveu
O impossível.
Uma máquina tempo espaço
Que de vácuo é um todo sem matéria
Ou matéria infeliz e esquecida,
Espero que seja toda uma vida
De poesia, que se esqueça da ferida.
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Coração Maldito,
Poesia
SERENATA DA ANTIGUIDADE
SERENATA DA ANTIGUIDADE
Mais adorável que o licor de fogo
Dos meus altares, dóceis animais
Com os calores do monsenhor
Que bebeu tal licor
Comedido em ardência de generais
E que trouxe a calma ao seu próprio corpo
De uns baluartes que não abriam a dor
Palavra sem bosque
Urna do nada que ali queimava
Licor dos ódios e dos rancores
Com a palavra bêbada que cantava amores
Ali no fim do estoque
E que tudo levava
E que ainda nos dava choque
Amanheceu na praia planície alegre
Aonde o céu se fazia campestre
Eu nem sabia como cantar ao mestre
Do meu olhar de amores e faróis
Que não dormiram nas noites passadas
Dos tantos heróis
Das ruas destinadas
Aos nossos mais libertinos
Padres meninos
Bela época no sol eterno da alma
Que a luz perca a sombra
E que os corpos nus dancem na onda
Fraterna que agita a saturnal de alfa
Que nos anjos arqueiros faz de conta
Em tudo no belo brilhante em que a mulher desponta
Meu cais, que o idílio afaga com a palma
Minha adorada celeste
Que mais se entrega
Ao sol de uma clara fera
E que vem com meu ar agreste
Eu delirei como êxtase místico
Do lar e do vício lírico
No mar com o início de uma esfera
Deleite tal primavera
Delíquio tal martírio
Como filho de uma nova era
Mais adorável que o licor de fogo
Dos meus altares, dóceis animais
Com os calores do monsenhor
Que bebeu tal licor
Comedido em ardência de generais
E que trouxe a calma ao seu próprio corpo
De uns baluartes que não abriam a dor
Palavra sem bosque
Urna do nada que ali queimava
Licor dos ódios e dos rancores
Com a palavra bêbada que cantava amores
Ali no fim do estoque
E que tudo levava
E que ainda nos dava choque
Amanheceu na praia planície alegre
Aonde o céu se fazia campestre
Eu nem sabia como cantar ao mestre
Do meu olhar de amores e faróis
Que não dormiram nas noites passadas
Dos tantos heróis
Das ruas destinadas
Aos nossos mais libertinos
Padres meninos
Bela época no sol eterno da alma
Que a luz perca a sombra
E que os corpos nus dancem na onda
Fraterna que agita a saturnal de alfa
Que nos anjos arqueiros faz de conta
Em tudo no belo brilhante em que a mulher desponta
Meu cais, que o idílio afaga com a palma
Minha adorada celeste
Que mais se entrega
Ao sol de uma clara fera
E que vem com meu ar agreste
Eu delirei como êxtase místico
Do lar e do vício lírico
No mar com o início de uma esfera
Deleite tal primavera
Delíquio tal martírio
Como filho de uma nova era
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segunda-feira, 21 de setembro de 2009
O ASSASSINO DE PUTAS
O ASSASSINO DE PUTAS
De repente, um pequeno astuto homem
Percorre a rua que não dormia:
“Senhores. Tendes o que ver ainda?
O pouco do que vi não me é agradável,
Temo por vossas almas,
O terror do que vi diz por si só!”
Acorreram a ele os assustados ouvintes.
“Morreu do outro lado uma moça,
Jogaram-na no pátio, nem digo o resto ...”
Ali, se juntava cada vez mais gente.
“Foi um desgraçado que roubou-lhe as joias,
Levou também sua bolsa, arrancou-lhe os olhos
E desfigurou-lhe o rosto. É um cruel desgraçado!”
Nas alturas que ele bradava
Já se tinha a rua inteira em balbúrdia.
“Senhores. Por favor entendam.
Se isto foi feito, o que será de nós?”
Um outro, de porte elegante, responde atônito:
“Este mundo está doente. Se descobrirmos
Quem foi este miserável, vamos linchá-lo!”
E a moça, descobriu-se no dia,
Ser a prostituta com quem todos ali
Já tinham transado, mas os esposos
Que ali se encontravam calaram-se
Com as consciências lhes dando
Ordens morais, e o pequeno astuto homem
(Salazar, o desgraçado) pensando em segredo:
“Levei o que ela me roubou, levei seus olhos
De cobiça, já estou impune,
Ninguém descobrirá, não deixei pistas.”
A pobre moça está mutilada, o assassino era
O mais virulento acusador:
“É um desgraçado, é um infeliz
Que a mãe chocou-lhe como a ovos
De serpente!”
Ele acusou o desgraçado (ele mesmo)
Pensando em segredo:
“Estes homens todos se cobrem
De vergonha, estão todos com as mãos
Sujas. As minhas eu já lavei,
Com o sangue desta pobre vagabunda.”
Nunca o pegaram.
Foi o único que lhe tomou as joias,
Mais que as joias, a vida.
(Esta pobre moça “da vida”, aliás).
E volta hoje à lembrança:
O crime prescreveu.
Salazar, o desgraçado,
Hoje é um velho,
O mesmo canalha,
O assassino de putas.
De repente, um pequeno astuto homem
Percorre a rua que não dormia:
“Senhores. Tendes o que ver ainda?
O pouco do que vi não me é agradável,
Temo por vossas almas,
O terror do que vi diz por si só!”
Acorreram a ele os assustados ouvintes.
“Morreu do outro lado uma moça,
Jogaram-na no pátio, nem digo o resto ...”
Ali, se juntava cada vez mais gente.
“Foi um desgraçado que roubou-lhe as joias,
Levou também sua bolsa, arrancou-lhe os olhos
E desfigurou-lhe o rosto. É um cruel desgraçado!”
Nas alturas que ele bradava
Já se tinha a rua inteira em balbúrdia.
“Senhores. Por favor entendam.
Se isto foi feito, o que será de nós?”
Um outro, de porte elegante, responde atônito:
“Este mundo está doente. Se descobrirmos
Quem foi este miserável, vamos linchá-lo!”
E a moça, descobriu-se no dia,
Ser a prostituta com quem todos ali
Já tinham transado, mas os esposos
Que ali se encontravam calaram-se
Com as consciências lhes dando
Ordens morais, e o pequeno astuto homem
(Salazar, o desgraçado) pensando em segredo:
“Levei o que ela me roubou, levei seus olhos
De cobiça, já estou impune,
Ninguém descobrirá, não deixei pistas.”
A pobre moça está mutilada, o assassino era
O mais virulento acusador:
“É um desgraçado, é um infeliz
Que a mãe chocou-lhe como a ovos
De serpente!”
Ele acusou o desgraçado (ele mesmo)
Pensando em segredo:
“Estes homens todos se cobrem
De vergonha, estão todos com as mãos
Sujas. As minhas eu já lavei,
Com o sangue desta pobre vagabunda.”
Nunca o pegaram.
Foi o único que lhe tomou as joias,
Mais que as joias, a vida.
(Esta pobre moça “da vida”, aliás).
E volta hoje à lembrança:
O crime prescreveu.
Salazar, o desgraçado,
Hoje é um velho,
O mesmo canalha,
O assassino de putas.
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Coração Maldito,
Poesia
DA ARTE MORIBUNDA DE NOSSA ÉPOCA
DA ARTE MORIBUNDA DE NOSSA ÉPOCA
A arte morreu de tanto que foi desprezada,
A arte terminou porque não nasciam os sustos.
De tanta arte que agoniza na mediocridade,
Os mecanismos de uma morte sem arte alguma
São os lugares da mesmice burocrática.
Minha identidade foi jogada no asfalto,
Na pressa atravessando as ruas.
A arte é um problema psiquiátrico,
A arte é uma mula que empacou,
Minha arte se dana toda no inferno.
Não tenho tempo para reclamar nesta estória,
Com o que não peço uma morte lenta,
Pois tudo grita dentro de mim,
Como o poço em que mergulho e fico louco,
Como esta arte tão amada e execrável,
Como uma noite de vertigem romântica.
A doença da inspiração se interrompe,
A triste arte cai moribunda.
Arte infestada de ignorância,
Arte repleta de tolices,
Um antro de imagens perdidas,
Os artistas também morreram.
A desordem contemporânea virou um saco!
Por que ser arte nula no tempo?
Pois quero tudo e então eu corro.
Mas a arte que se joga do penhasco,
Me atrai como uma deusa cheia de veneno.
A arte morreu de tanto que foi desprezada,
A arte terminou porque não nasciam os sustos.
De tanta arte que agoniza na mediocridade,
Os mecanismos de uma morte sem arte alguma
São os lugares da mesmice burocrática.
Minha identidade foi jogada no asfalto,
Na pressa atravessando as ruas.
A arte é um problema psiquiátrico,
A arte é uma mula que empacou,
Minha arte se dana toda no inferno.
Não tenho tempo para reclamar nesta estória,
Com o que não peço uma morte lenta,
Pois tudo grita dentro de mim,
Como o poço em que mergulho e fico louco,
Como esta arte tão amada e execrável,
Como uma noite de vertigem romântica.
A doença da inspiração se interrompe,
A triste arte cai moribunda.
Arte infestada de ignorância,
Arte repleta de tolices,
Um antro de imagens perdidas,
Os artistas também morreram.
A desordem contemporânea virou um saco!
Por que ser arte nula no tempo?
Pois quero tudo e então eu corro.
Mas a arte que se joga do penhasco,
Me atrai como uma deusa cheia de veneno.
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Coração Maldito,
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009
PERSONA NON GRATA
PERSONA NON GRATA
Vamos desdizer trunfo aleluia
Por entre o vão e o chão
Responde para todos
É o não-discurso, não-sociedade
Por delírio intruso e o tráfico de pó
Por um lado escuro e o fim do só
Por um triste banco dinheiro empréstimo juros
Aqui é o buraco raro faro
Tomei a palavra – desdisse tudo
Desmorri desvirei a porra
Por tudo tudo discuti
Por nada nada calei
Questões questionei
O porquê
O sentido do mundo-vida
Esqueci
Não importa
Nem a porta
Nem o mudo
Janela porta sem fechadura
Por livre vontade desisti do porque do porquê
Vem minha tola delícia cuspir chama nova
Me chamam de cú e de pistola
Me chamam sexo praia
Até de veado, coitado de quem diz
Aventura do perdido, perder-se
Aventura de achar coisa alguma
Achar um milhão de nadas
Achar coisa alguma de tudo
Cagar chorar, masturbação
Livramento redenção – expansão da mente
Ali onde o delírio faz medo em psicólogo
Ali onde psicólogo não ousa entrar
(o coisa alguma)
Dando o sorriso propaganda
Dando nada para ninguém
Ouvir música, sedar-se logo cedo
Amanhã o aplauso
Tenho pavor de máquina
Quero sim: carnaval, minha moita vaginal
Quero ser virgem celibato
Desmoronar-me, assim fora da gramaticar-me
Quero esfolar-me, comer-me
Desmorfologizar, desentupir-me de drogas
Sou o astronauta, sou o doidão
A rua quer soltar-se
O moralista gosta de acusar
Sem vigiar o próprio cú
Eu quero me vingar
Eu quero nova cidade
Eu quero mudar o mundo
Eu quero a fantasia
Eu quero tudo
Até parar de sofrer
Até não morrer mais
Até onde não haja o que haver
Donde se esconde o mato todo
Para matar o pássaro-dentro
Não-asas, não-avião
Nem super super, nem cocaína
Só uma baforada “go in the way”
Só uma cartada sem lambida de puxassaco
Sem uma carteira de arrancaputas
Sem mamadeira de neném chato
Nem a fúria e nem a calma
Só uma miséria fúria sem ódio
Nem ódio e nem amor
Só um pouco de ilusão
Nem televisão, nem livro, nem música
Só o karma
Antes de ler uma carta
Um grãomestre terrorista
Um grunhir-porco nojento
Eu sou nojento, nojento e lunático
Lá lá lá!
Bem suicídio – primeira arte de protesto
Serei professor – repetirei coisas
Serei serei – ainda sou
Semideuses, são todos o ideal
Eu sim: levei porrada
Sou vagabundo
Levei porrada
Sou prestes e depois
Sou agora
Sou a hora
Sou a merda mole
Levei porrada
Dei porrada
Sou campeão da imbecilidade
Minha vontade
Vamos desdizer trunfo aleluia
Por entre o vão e o chão
Responde para todos
É o não-discurso, não-sociedade
Por delírio intruso e o tráfico de pó
Por um lado escuro e o fim do só
Por um triste banco dinheiro empréstimo juros
Aqui é o buraco raro faro
Tomei a palavra – desdisse tudo
Desmorri desvirei a porra
Por tudo tudo discuti
Por nada nada calei
Questões questionei
O porquê
O sentido do mundo-vida
Esqueci
Não importa
Nem a porta
Nem o mudo
Janela porta sem fechadura
Por livre vontade desisti do porque do porquê
Vem minha tola delícia cuspir chama nova
Me chamam de cú e de pistola
Me chamam sexo praia
Até de veado, coitado de quem diz
Aventura do perdido, perder-se
Aventura de achar coisa alguma
Achar um milhão de nadas
Achar coisa alguma de tudo
Cagar chorar, masturbação
Livramento redenção – expansão da mente
Ali onde o delírio faz medo em psicólogo
Ali onde psicólogo não ousa entrar
(o coisa alguma)
Dando o sorriso propaganda
Dando nada para ninguém
Ouvir música, sedar-se logo cedo
Amanhã o aplauso
Tenho pavor de máquina
Quero sim: carnaval, minha moita vaginal
Quero ser virgem celibato
Desmoronar-me, assim fora da gramaticar-me
Quero esfolar-me, comer-me
Desmorfologizar, desentupir-me de drogas
Sou o astronauta, sou o doidão
A rua quer soltar-se
O moralista gosta de acusar
Sem vigiar o próprio cú
Eu quero me vingar
Eu quero nova cidade
Eu quero mudar o mundo
Eu quero a fantasia
Eu quero tudo
Até parar de sofrer
Até não morrer mais
Até onde não haja o que haver
Donde se esconde o mato todo
Para matar o pássaro-dentro
Não-asas, não-avião
Nem super super, nem cocaína
Só uma baforada “go in the way”
Só uma cartada sem lambida de puxassaco
Sem uma carteira de arrancaputas
Sem mamadeira de neném chato
Nem a fúria e nem a calma
Só uma miséria fúria sem ódio
Nem ódio e nem amor
Só um pouco de ilusão
Nem televisão, nem livro, nem música
Só o karma
Antes de ler uma carta
Um grãomestre terrorista
Um grunhir-porco nojento
Eu sou nojento, nojento e lunático
Lá lá lá!
Bem suicídio – primeira arte de protesto
Serei professor – repetirei coisas
Serei serei – ainda sou
Semideuses, são todos o ideal
Eu sim: levei porrada
Sou vagabundo
Levei porrada
Sou prestes e depois
Sou agora
Sou a hora
Sou a merda mole
Levei porrada
Dei porrada
Sou campeão da imbecilidade
Minha vontade
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Poesia
POEMA NÔMADE
POEMA NÔMADE
O sino bate à meia-noite
Bebeste álcool como um vampiro
Entorna a degola de teu inimigo
Duas badaladas às três da madrugada
Sonha com o vermelho e a peste negra
Te saboreias de sangue e quiromancia
Te serves de búzios e melancolias
Ardores fúnebres de magias e bruxarias
És tempo de cordas de violão quebrado
És fantasma do pior alado
Como se é famoso por ser santo e cadáver
Como se faz santo hoje qualquer mendigo
Olorosas mulheres todas velhas alquebradas
Ó luxuriosas carinhosas saborosas
Como o riso eu levava tu
Vampiro da noite
Cantei nas noites bêbadas
De Copacabana
Uma cerveja quente e uma nota fria
No baile do servil
Que era o garçom
De que me serviu
Todos os poemas todos os poetas
De que adiantou Shakespeare com seu Hamlet
O que faz a flor ser rasgada com as mãos
Música erudita como rouxinol ou beijaflor
Como águia ou gavião
Como pecado de todo pecador
Com Cristo e o sangue que lhe dor
Não choro por lágrima
Paganismo de Zeus
Ainda grego em demasia
Salvo ser umbandista
Das flechas do bom amante
Que procura o colar de conchas
Xamanismo é a viagem sidérea
És grego como um negro
És vândalo como um cristão
És filho de toda miséria
Caverna platônica
Sensaboria lógica
E os empregos de turismo
Para dar voltas no mundo
Beijo o chão do Partenon
Depois eu deliro
Capela Sistina e Torre Eiffel
Vejo as matizes do Louvre
Os pincéis de Picasso
E tudo com sóphos
Sofia e as pragas
De Queóps Kéfren Miquerinos
Cabeça de grego filósofo
E Roma e França
E ingleses londrinos
E o mais puro em Amsterdã
Contente com as paisagens
Do mundo
Já vai a última neblina
Já desponta o sol na manhã seguinte
Sol de Tóquio
No fim do pensado
Um dólar para rir
O sino bate à meia-noite
Bebeste álcool como um vampiro
Entorna a degola de teu inimigo
Duas badaladas às três da madrugada
Sonha com o vermelho e a peste negra
Te saboreias de sangue e quiromancia
Te serves de búzios e melancolias
Ardores fúnebres de magias e bruxarias
És tempo de cordas de violão quebrado
És fantasma do pior alado
Como se é famoso por ser santo e cadáver
Como se faz santo hoje qualquer mendigo
Olorosas mulheres todas velhas alquebradas
Ó luxuriosas carinhosas saborosas
Como o riso eu levava tu
Vampiro da noite
Cantei nas noites bêbadas
De Copacabana
Uma cerveja quente e uma nota fria
No baile do servil
Que era o garçom
De que me serviu
Todos os poemas todos os poetas
De que adiantou Shakespeare com seu Hamlet
O que faz a flor ser rasgada com as mãos
Música erudita como rouxinol ou beijaflor
Como águia ou gavião
Como pecado de todo pecador
Com Cristo e o sangue que lhe dor
Não choro por lágrima
Paganismo de Zeus
Ainda grego em demasia
Salvo ser umbandista
Das flechas do bom amante
Que procura o colar de conchas
Xamanismo é a viagem sidérea
És grego como um negro
És vândalo como um cristão
És filho de toda miséria
Caverna platônica
Sensaboria lógica
E os empregos de turismo
Para dar voltas no mundo
Beijo o chão do Partenon
Depois eu deliro
Capela Sistina e Torre Eiffel
Vejo as matizes do Louvre
Os pincéis de Picasso
E tudo com sóphos
Sofia e as pragas
De Queóps Kéfren Miquerinos
Cabeça de grego filósofo
E Roma e França
E ingleses londrinos
E o mais puro em Amsterdã
Contente com as paisagens
Do mundo
Já vai a última neblina
Já desponta o sol na manhã seguinte
Sol de Tóquio
No fim do pensado
Um dólar para rir
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terça-feira, 15 de setembro de 2009
O POETA FILÓSOFO
O POETA FILÓSOFO
Aqui vos digo, decididamente:
__ O tratante sou eu, e o mito é dos mitólogos.
Responde o poeta indignado:
__ Quem é filósofo? Filosofia é uma marcha, só cabe às feras, não aos miúdos.
E o filósofo ataca prontamente:
__ O templo dos pensantes está vazio, é a nossa época atroz ... ferver o dia todo é paixão miserável, o relógio não nos dá as cartas, penso-louco e loucura se pensa a si mesma com desgosto. Mas, toda a razão nos parece caduca. Cavalo é a síntese e a antítese é a Academia, ora essa!
Também, dentro do Eu-filósofo, corre afoito o Eu-poeta:
__ Já ouviu o que uma planta fala?
(O filósofo não entende a pergunta)
Então, ouves? Que foi? Tua língua pensa ser mais livre que uma planta?
Ou deve guiá-la à distância das galáxias?
O filósofo, nervosamente, contra-ataca:
__ Tu não és mestre, tampouco doutor! Mesmo que a Academia seja uma decadência!
O poeta-cômico, dá os seus costumes:
__ Eu sou ausculta. Pois também não vês? Não vês o que o animal vê?
O filósofo, sentindo-se o pior dos homens, recebe tal crueza:
__ Poeta, tu tens o quê? Só falas com plantas e animais? É inútil, ora.
Pois digo que não vejo senão o que os homens querem, e o que eles querem não é pouco. Então? O seu luxo de ausculta é louvável senão para servir à nossa vida de homens, de entes-sociais, de reviravoltas psicológicas entrecortadas de vultos religiosos. Ou só ficará aí? Como planta e animal?
O poeta, sorrindo, se vale de tal lástima:
__ O que é a religião e a psicologia? O que é o homem? O que é o entessocial?
O filósofo tem que dar conta de tudo, senão é a vitória das plantas e dos animais!
Pois, o que é uma planta? Senão uma potência animal que pode vir a ser homem?
Será que existem os homens dos quais fala? Não acredito, não acredito, não acredito.
Pois auscultá-los é limitar o sentimento. Você diz que ferver é tolice? Não, amigo venerável. Tolice é acreditar nos homens ...
O filósofo faz, então, o seu “grito de guerra”:
__ Poeta! Tu és um agnóstico severo. Eu digo, pois, sem discórdia, é um vil niilista! O teu altar é imaginário! Que é? Que é? Poeta?
O poeta, com seu sarcasmo crônico, cospe outras ironias:
__ Você é filósofo. Que mais? Ou não é filósofo? Ainda crês? Serão os homens dignos de tua esperança? Ou eles são mesmo ... porcos miseráveis? Vamos! O lobo, o canibal, o bandido, o ditador, ou talvez o pobre? Que mais? Os reis, os sacerdotes, as viúvas? Que mais? Os moralistas? Ó sofreguidão! Certo é o absurdo. Errado o poder. Errada a política. Sinistra, por fim, a ética. E senão os melindres, me responda. Tu és filósofo? Ou apenas marionete? É isto! O ventríloquo é o teu grego ou o teu alemão? O teu francês ou o teu qualquer outro do passado? És visionário ou mula?
O filósofo, constrangido, embasbacado, golpeia suas esperanças:
__ Não! A mula é quem não sabe que não sabe. E você diz já saber, ó mula!
Insisto que não sou visionário. Mas, temos: A boa vontade de alguns virtuosos, algumas leis úteis e outras inúteis. Pessoas de honra, conquistas efetivas. Eu digo, poeta, tu és a própria soberba! Já és um sábio? Creio que não.
O poeta, melindrado, admite para depois revidar:
__ Está certo! Tu és filósofo. E honrado, e sábio. Também um bom artista, tal como eu. Tal como os grandes homens. Mas, não tenho soberba. E temo pelo teu destino de infortunado. Sim! Eu só vejo plantas. Eu só vejo animais. Eu só vejo você. E os outros. E as casas. E os doentes. Sim! Sou péssimo! Sim!
Mas, veja: Eu fico fervendo. Eu não sou uma geleira ... Tu és filósofo! Sim! Pois é isto! Podes sustentar o teu querido ego nisto? Pois te chamo: Sábio ou sabichão?
O filósofo decide acolher aquele pobre poeta brutamontes:
__ Sim senhor! Eu sou filósofo, não sábio. O que amo é a sabedoria. Por isso mesmo, creio nos homens, no universo. Mas, bárbaro, a que devo a honra de teu despautério ou de tuas tortuosas bobagens?
O poeta fala o que é a ausculta, ou o ver, ou o sinestésico “ver-ouvir”:
__ Quando tu acordarás? Filósofo! Eu sou você! Já viu um homem com duas cabeças? Um é poeta, o outro filósofo ... vês agora? Tens já auscultado o dentro de si que cabe à Poesia? Ou és filósofo o tempo inteiro? Já que não sabes perguntar.
O filósofo, então, responde a si mesmo, a este poeta incrédulo:
__ Sim, sou você. Sim, sinto horror aos homens. Sim, amo-os também. Sim! Ora!
Então, já feita a revelação, o poeta filósofo vira uma cabeça só, e conclui:
__ Somos nós, o poeta e o filósofo, uma só e mesma carne. Um fala na desordem. O outro junta as peças. Um briga com o outro. Um abraça o outro. Há dois lados na moeda, duas bocas robustas, e uma só dança. Este poeta é furioso. E o filósofo é o calmo. Mas, aqui: O mesmo sangue. A mesma dor.
Aqui vos digo, decididamente:
__ O tratante sou eu, e o mito é dos mitólogos.
Responde o poeta indignado:
__ Quem é filósofo? Filosofia é uma marcha, só cabe às feras, não aos miúdos.
E o filósofo ataca prontamente:
__ O templo dos pensantes está vazio, é a nossa época atroz ... ferver o dia todo é paixão miserável, o relógio não nos dá as cartas, penso-louco e loucura se pensa a si mesma com desgosto. Mas, toda a razão nos parece caduca. Cavalo é a síntese e a antítese é a Academia, ora essa!
Também, dentro do Eu-filósofo, corre afoito o Eu-poeta:
__ Já ouviu o que uma planta fala?
(O filósofo não entende a pergunta)
Então, ouves? Que foi? Tua língua pensa ser mais livre que uma planta?
Ou deve guiá-la à distância das galáxias?
O filósofo, nervosamente, contra-ataca:
__ Tu não és mestre, tampouco doutor! Mesmo que a Academia seja uma decadência!
O poeta-cômico, dá os seus costumes:
__ Eu sou ausculta. Pois também não vês? Não vês o que o animal vê?
O filósofo, sentindo-se o pior dos homens, recebe tal crueza:
__ Poeta, tu tens o quê? Só falas com plantas e animais? É inútil, ora.
Pois digo que não vejo senão o que os homens querem, e o que eles querem não é pouco. Então? O seu luxo de ausculta é louvável senão para servir à nossa vida de homens, de entes-sociais, de reviravoltas psicológicas entrecortadas de vultos religiosos. Ou só ficará aí? Como planta e animal?
O poeta, sorrindo, se vale de tal lástima:
__ O que é a religião e a psicologia? O que é o homem? O que é o entessocial?
O filósofo tem que dar conta de tudo, senão é a vitória das plantas e dos animais!
Pois, o que é uma planta? Senão uma potência animal que pode vir a ser homem?
Será que existem os homens dos quais fala? Não acredito, não acredito, não acredito.
Pois auscultá-los é limitar o sentimento. Você diz que ferver é tolice? Não, amigo venerável. Tolice é acreditar nos homens ...
O filósofo faz, então, o seu “grito de guerra”:
__ Poeta! Tu és um agnóstico severo. Eu digo, pois, sem discórdia, é um vil niilista! O teu altar é imaginário! Que é? Que é? Poeta?
O poeta, com seu sarcasmo crônico, cospe outras ironias:
__ Você é filósofo. Que mais? Ou não é filósofo? Ainda crês? Serão os homens dignos de tua esperança? Ou eles são mesmo ... porcos miseráveis? Vamos! O lobo, o canibal, o bandido, o ditador, ou talvez o pobre? Que mais? Os reis, os sacerdotes, as viúvas? Que mais? Os moralistas? Ó sofreguidão! Certo é o absurdo. Errado o poder. Errada a política. Sinistra, por fim, a ética. E senão os melindres, me responda. Tu és filósofo? Ou apenas marionete? É isto! O ventríloquo é o teu grego ou o teu alemão? O teu francês ou o teu qualquer outro do passado? És visionário ou mula?
O filósofo, constrangido, embasbacado, golpeia suas esperanças:
__ Não! A mula é quem não sabe que não sabe. E você diz já saber, ó mula!
Insisto que não sou visionário. Mas, temos: A boa vontade de alguns virtuosos, algumas leis úteis e outras inúteis. Pessoas de honra, conquistas efetivas. Eu digo, poeta, tu és a própria soberba! Já és um sábio? Creio que não.
O poeta, melindrado, admite para depois revidar:
__ Está certo! Tu és filósofo. E honrado, e sábio. Também um bom artista, tal como eu. Tal como os grandes homens. Mas, não tenho soberba. E temo pelo teu destino de infortunado. Sim! Eu só vejo plantas. Eu só vejo animais. Eu só vejo você. E os outros. E as casas. E os doentes. Sim! Sou péssimo! Sim!
Mas, veja: Eu fico fervendo. Eu não sou uma geleira ... Tu és filósofo! Sim! Pois é isto! Podes sustentar o teu querido ego nisto? Pois te chamo: Sábio ou sabichão?
O filósofo decide acolher aquele pobre poeta brutamontes:
__ Sim senhor! Eu sou filósofo, não sábio. O que amo é a sabedoria. Por isso mesmo, creio nos homens, no universo. Mas, bárbaro, a que devo a honra de teu despautério ou de tuas tortuosas bobagens?
O poeta fala o que é a ausculta, ou o ver, ou o sinestésico “ver-ouvir”:
__ Quando tu acordarás? Filósofo! Eu sou você! Já viu um homem com duas cabeças? Um é poeta, o outro filósofo ... vês agora? Tens já auscultado o dentro de si que cabe à Poesia? Ou és filósofo o tempo inteiro? Já que não sabes perguntar.
O filósofo, então, responde a si mesmo, a este poeta incrédulo:
__ Sim, sou você. Sim, sinto horror aos homens. Sim, amo-os também. Sim! Ora!
Então, já feita a revelação, o poeta filósofo vira uma cabeça só, e conclui:
__ Somos nós, o poeta e o filósofo, uma só e mesma carne. Um fala na desordem. O outro junta as peças. Um briga com o outro. Um abraça o outro. Há dois lados na moeda, duas bocas robustas, e uma só dança. Este poeta é furioso. E o filósofo é o calmo. Mas, aqui: O mesmo sangue. A mesma dor.
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ENREDO DA AGONIA (parte 2 - sementes do mal)
ENREDO DA AGONIA ( parte 2 – sementes do mal)
A guerra? Sim! A guerra! Os mísseis são inteligentíssimos, somos criaturas privilegiadas. Os aviões são fundamentais para a vitória! Saltamos de paraquedas, carregamos bazucas e escapamos de bombas. Seremos nossas vítimas mais infames, a derrota será a lição da tolice. Tenhamos guerras em volta e em toda a parte! Todos verão cogumelos nascerem, vistosos. A vida será de fogo onipresente! Tudo cinza, a vida cinza. Ganharei tumores. A febre, o delírio, a mais insuportável agonia.
Tudo sujo! A indústria bélica, o petróleo, a metafísica financeira. O progresso, o Iluminismo, a razão, somos todos equivocados. O mundo será das baratas! Somos a nova promessa, o pós-modernismo, apáticos. Nunca entenderemos nada! Nunca dominamos o mundo, nem tampouco um César! O que sempre ocorre é a insensatez, o combustível. Queria dizer coisas mais afáveis, mas é fato a desordem, vários indigentes sobram pelas beiradas.
Na fria noite do terror, pelas sementes do mal, o mundo se tornará medo. Não consigo deixar de me apavorar! Prestarei mais atenção, nada escapará de meu testemunho febril. Soltarei o fuzil em cima dos corpos já mortos, continuarei caminhando, e, de súbito, agarrar-se-á em minhas pernas um moribundo, e, logo, estarei também ali naquele sofrimento. Perderei o senso. Voltarei paranoico. As tropas ecoarão em meus tímpanos e sempre se ouvirá uma explosão. Mas, enquanto prossigo, a tensão aumenta e vejo em volta mutilados, quero sair e penso estar perto da surpresa desagradável. Começo a delirar. Nunca mais escaparei, o perigo. O perigo! O socorro! O desespero dos agonizantes! A discórdia fomenta a economia, que seja para sempre louvado o lucro. O deserto é de ouro! Andarei, portanto, ofegante. Morrerei vendo incêndios, os eternos incêndios! Como no inferno! (É o inferno). Vivemos em um espremedor. Minha alma quer explodir. Não me impeçam de me entreter com as virgens, meus dinamites me renderão a estadia no céu!
Tenhamos calma! Temos alguns insanos, campos de força, máquinas modernas. Toda a rudeza! A frieza do ataque! O ocidente está salvo! A fobia. Eis o efeito colateral! É verdade que estamos no abismo, deitaremos no chão da estupidez e só conseguiremos escapar por milagre. Ou ainda, o horror. O horror! Quero sair deste pesadelo, me tragam de volta! Não quero estar neste lugar! Tenho medo dos cadáveres. E as bombas? Fazem seu estrondo, a grandeza da fábrica é terrível! A cobiça, a grande vilã, é o motor das políticas torpes. A razão não pode acabar, temos que eliminar os generais! É a sanidade contra o suicídio! Não podem vencer nossa sensatez. Nós somos os guias do mundo! Os modernizantes! O padrão é ocidental!
Não seremos invadidos por hunos retrógrados, somos pós-modernos. Aliás, a ideologia é que estabelece o pensamento coletivo. Achamos estar sempre certos, defendemos a civilização de outras invasões bárbaras, a perversidade e a corrupção dominam o estado das coisas, e achamos que possuímos a Razão. A crise se instaura, a discórdia é travada pelas ideologias, veremos várias viúvas. Lágrimas e pólvora! A imensa guerra! Com transmissão ao vivo!
Ah, contem outra! Toda ideologia é insana. Tudo serve ao poder, sejamos francos. Tudo o que se descobre e se inventa é deformado pela sordidez delirante dos exploradores. Não haverá mais o tempo de paz, nunca houve. A ideologia em si é uma estupidez necessária, mesmo que custe o sangue dos povos. Quero sair! Digo novamente, me deixem ir! Não tenho culpa de nada! Vou para bem longe!
O pêndulo do tempo só torna a agonia mais nítida. Os gemidos de dor dos agonizantes soam como uma sinfonia pelo avesso! As instituições pisam na cabeça das multidões. E a famigerada tropa do desespero vai se extinguindo aos poucos nas trevas do abandono. Não suportarei a morte. Verei novamente o sangue correndo na TV. Comerei assistindo a desgraça via satélite. É o progresso! O bombardeio, vejam! Tudo ao vivo! A tempestade! Todos testemunhas! Precisamos alimentar as nossas indústrias, a força do progresso. A violência é comercial! Sejamos hipócritas como o mundo. A luta é imunda. Nada nunca foi tão importante, que se dane!
A guerra? Sim! A guerra! Os mísseis são inteligentíssimos, somos criaturas privilegiadas. Os aviões são fundamentais para a vitória! Saltamos de paraquedas, carregamos bazucas e escapamos de bombas. Seremos nossas vítimas mais infames, a derrota será a lição da tolice. Tenhamos guerras em volta e em toda a parte! Todos verão cogumelos nascerem, vistosos. A vida será de fogo onipresente! Tudo cinza, a vida cinza. Ganharei tumores. A febre, o delírio, a mais insuportável agonia.
Tudo sujo! A indústria bélica, o petróleo, a metafísica financeira. O progresso, o Iluminismo, a razão, somos todos equivocados. O mundo será das baratas! Somos a nova promessa, o pós-modernismo, apáticos. Nunca entenderemos nada! Nunca dominamos o mundo, nem tampouco um César! O que sempre ocorre é a insensatez, o combustível. Queria dizer coisas mais afáveis, mas é fato a desordem, vários indigentes sobram pelas beiradas.
Na fria noite do terror, pelas sementes do mal, o mundo se tornará medo. Não consigo deixar de me apavorar! Prestarei mais atenção, nada escapará de meu testemunho febril. Soltarei o fuzil em cima dos corpos já mortos, continuarei caminhando, e, de súbito, agarrar-se-á em minhas pernas um moribundo, e, logo, estarei também ali naquele sofrimento. Perderei o senso. Voltarei paranoico. As tropas ecoarão em meus tímpanos e sempre se ouvirá uma explosão. Mas, enquanto prossigo, a tensão aumenta e vejo em volta mutilados, quero sair e penso estar perto da surpresa desagradável. Começo a delirar. Nunca mais escaparei, o perigo. O perigo! O socorro! O desespero dos agonizantes! A discórdia fomenta a economia, que seja para sempre louvado o lucro. O deserto é de ouro! Andarei, portanto, ofegante. Morrerei vendo incêndios, os eternos incêndios! Como no inferno! (É o inferno). Vivemos em um espremedor. Minha alma quer explodir. Não me impeçam de me entreter com as virgens, meus dinamites me renderão a estadia no céu!
Tenhamos calma! Temos alguns insanos, campos de força, máquinas modernas. Toda a rudeza! A frieza do ataque! O ocidente está salvo! A fobia. Eis o efeito colateral! É verdade que estamos no abismo, deitaremos no chão da estupidez e só conseguiremos escapar por milagre. Ou ainda, o horror. O horror! Quero sair deste pesadelo, me tragam de volta! Não quero estar neste lugar! Tenho medo dos cadáveres. E as bombas? Fazem seu estrondo, a grandeza da fábrica é terrível! A cobiça, a grande vilã, é o motor das políticas torpes. A razão não pode acabar, temos que eliminar os generais! É a sanidade contra o suicídio! Não podem vencer nossa sensatez. Nós somos os guias do mundo! Os modernizantes! O padrão é ocidental!
Não seremos invadidos por hunos retrógrados, somos pós-modernos. Aliás, a ideologia é que estabelece o pensamento coletivo. Achamos estar sempre certos, defendemos a civilização de outras invasões bárbaras, a perversidade e a corrupção dominam o estado das coisas, e achamos que possuímos a Razão. A crise se instaura, a discórdia é travada pelas ideologias, veremos várias viúvas. Lágrimas e pólvora! A imensa guerra! Com transmissão ao vivo!
Ah, contem outra! Toda ideologia é insana. Tudo serve ao poder, sejamos francos. Tudo o que se descobre e se inventa é deformado pela sordidez delirante dos exploradores. Não haverá mais o tempo de paz, nunca houve. A ideologia em si é uma estupidez necessária, mesmo que custe o sangue dos povos. Quero sair! Digo novamente, me deixem ir! Não tenho culpa de nada! Vou para bem longe!
O pêndulo do tempo só torna a agonia mais nítida. Os gemidos de dor dos agonizantes soam como uma sinfonia pelo avesso! As instituições pisam na cabeça das multidões. E a famigerada tropa do desespero vai se extinguindo aos poucos nas trevas do abandono. Não suportarei a morte. Verei novamente o sangue correndo na TV. Comerei assistindo a desgraça via satélite. É o progresso! O bombardeio, vejam! Tudo ao vivo! A tempestade! Todos testemunhas! Precisamos alimentar as nossas indústrias, a força do progresso. A violência é comercial! Sejamos hipócritas como o mundo. A luta é imunda. Nada nunca foi tão importante, que se dane!
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ENREDO DA AGONIA
ENREDO DA AGONIA
Assim ... feliz em alegria provisória, canto bêbado, aperto o meu coração dentro de um bálsamo de vertigens. Conheço o mundo como mergulhador sem fôlego, descontínuo, viciado, esperando não morrer pelo sonho. No ar estúpido da cidade, tenho medo do delírio, do cativeiro, vejo a angústia que me aflige. A alma bruta, a besta bufando, as lágrimas sangrando, a desgraça nivelando a vida e assumindo a morte. Não há mais morte natural. O sêmen! A doença! O fogo!
Deus! Falo por impulso, poemas me expurgam a alma dolorosa! Diabo é a face de tudo, universo espanto. Por que criastes o mundo e me jogastes a esmo? Sou indiferente, mais um posto às intempéries, mais um afeito à preguiça. Mas, no entanto, jovem, desmiolado, irônico e hostil, astuto e indolente. Isento das faculdades morais que domam o espírito selvagem. Tenho como regra a erupção vulcânica. Focus! O surto será a Verdade!
Ah! Nada como a sadia indolência do ócio envenenado, minhas serpentes são alimentadas com o meu sangue. Contaminado, compartilho com as sombras que me cercam o pensamento. Vou prosseguindo ilusório, no bruxulear da chama que desperta do sono os cadáveres dos tempos. Nostradamus! A queda! Os cavalos derrubam as torres! O rei infla, estamos em xeque!
Tenho o tédio e a euforia, o vício e a liberdade, sou sádico como hiena irritante, filho da hipocrisia, filho da ... ou depreciador da própria sorte. Carrasco louco e faminto da própria mente, avulso e bélico.
Abismo? Andei por vales que me levaram até o segredo do vento, neste pensamento de fome animal, e a besta bufando, e meus guias tentando me salvar. Mas, teimoso, sou indigno, gosto das trevas, são vulcânicas e mentirosas, no verso pestilento e repleto do meu vício.
Acidente fulminante, olhei o susto. O macabro e o luminoso. No solo ausente, no sabor da inconsequência, bebi cicuta para falar com Sócrates! Passei da caverna e desaguei como filósofo esquizofrênico! Mordo meus dedos e arranco a unha, cuspo na cara de quem me ignora! Sou isto: prejudicial, o mau exemplo, fermento da peste, prenúncio da tragédia. Sou vidente e isto me basta!
Tenho profunda inveja do nada, do sono imperturbável. Espero pelo impossível, transcender a dor, ascender ao inacreditável! E para onde estarei indo? Sonharei e morrerei pelo sonho? Serei jogado no hospício como louco! Se vingarão de mim, esses demônios! Posso matar, mas quem se importa? Me darão venenos injetáveis para dormir, meus braços quebrados por golpes vis! Meu ódio será fatal, andarei na noite e perderei os sentidos.
Perderei a vida, provocarei a morte, e quando fugir dos muros, parecerei monstro, meu cérebro se contorcendo, e os olhos esbugalhados, ardentes, cegos de obsessão! Trarei comigo todo o espírito da controvérsia, voarei com ímpeto e audácia pela contradição, direi coisas, vagarei moribundo e manco, falarei com cachorros, cairei na rua da fome e serei infame, quebrarei o vidro da lucidez e, colérico, enterrarei toda a existência.
Assim ... feliz em alegria provisória, canto bêbado, aperto o meu coração dentro de um bálsamo de vertigens. Conheço o mundo como mergulhador sem fôlego, descontínuo, viciado, esperando não morrer pelo sonho. No ar estúpido da cidade, tenho medo do delírio, do cativeiro, vejo a angústia que me aflige. A alma bruta, a besta bufando, as lágrimas sangrando, a desgraça nivelando a vida e assumindo a morte. Não há mais morte natural. O sêmen! A doença! O fogo!
Deus! Falo por impulso, poemas me expurgam a alma dolorosa! Diabo é a face de tudo, universo espanto. Por que criastes o mundo e me jogastes a esmo? Sou indiferente, mais um posto às intempéries, mais um afeito à preguiça. Mas, no entanto, jovem, desmiolado, irônico e hostil, astuto e indolente. Isento das faculdades morais que domam o espírito selvagem. Tenho como regra a erupção vulcânica. Focus! O surto será a Verdade!
Ah! Nada como a sadia indolência do ócio envenenado, minhas serpentes são alimentadas com o meu sangue. Contaminado, compartilho com as sombras que me cercam o pensamento. Vou prosseguindo ilusório, no bruxulear da chama que desperta do sono os cadáveres dos tempos. Nostradamus! A queda! Os cavalos derrubam as torres! O rei infla, estamos em xeque!
Tenho o tédio e a euforia, o vício e a liberdade, sou sádico como hiena irritante, filho da hipocrisia, filho da ... ou depreciador da própria sorte. Carrasco louco e faminto da própria mente, avulso e bélico.
Abismo? Andei por vales que me levaram até o segredo do vento, neste pensamento de fome animal, e a besta bufando, e meus guias tentando me salvar. Mas, teimoso, sou indigno, gosto das trevas, são vulcânicas e mentirosas, no verso pestilento e repleto do meu vício.
Acidente fulminante, olhei o susto. O macabro e o luminoso. No solo ausente, no sabor da inconsequência, bebi cicuta para falar com Sócrates! Passei da caverna e desaguei como filósofo esquizofrênico! Mordo meus dedos e arranco a unha, cuspo na cara de quem me ignora! Sou isto: prejudicial, o mau exemplo, fermento da peste, prenúncio da tragédia. Sou vidente e isto me basta!
Tenho profunda inveja do nada, do sono imperturbável. Espero pelo impossível, transcender a dor, ascender ao inacreditável! E para onde estarei indo? Sonharei e morrerei pelo sonho? Serei jogado no hospício como louco! Se vingarão de mim, esses demônios! Posso matar, mas quem se importa? Me darão venenos injetáveis para dormir, meus braços quebrados por golpes vis! Meu ódio será fatal, andarei na noite e perderei os sentidos.
Perderei a vida, provocarei a morte, e quando fugir dos muros, parecerei monstro, meu cérebro se contorcendo, e os olhos esbugalhados, ardentes, cegos de obsessão! Trarei comigo todo o espírito da controvérsia, voarei com ímpeto e audácia pela contradição, direi coisas, vagarei moribundo e manco, falarei com cachorros, cairei na rua da fome e serei infame, quebrarei o vidro da lucidez e, colérico, enterrarei toda a existência.
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Sobre o meu livro de poesia "Coração Maldito"
Olá, começo com o meu blog hoje (15/09/2009). Ainda sou inexperiente nesse negócio, mas li algumas coisas interessantes para blogueiros iniciantes. Um blog legal que eu descobri na busca do google é o blosque.com. Li muitas coisas antes de me aventurar na blogosfera, mas agora tá na hora de sair da teoria e partir para a prática.
Começarei com postagens de alguns poemas do meu primeiro livro de poesia "Coração Maldito", o qual já está registrado devidamente na Biblioteca Nacional, claro, para garantir o conteúdo contra plágio. Este blog será um meio de divulgação de meus trabalhos literários e, quem sabe, no futuro, de outros poetas e escritores que, porventura, se interessem em divulgar suas coisas neste espaço, espaço que estará sempre aberto às críticas e elogios. Ttalvez este blog seja um modo de eu encontrar um feed-back sobre o que escrevo. Bom, vamos ao que interessa, poesia!
Começarei com postagens de alguns poemas do meu primeiro livro de poesia "Coração Maldito", o qual já está registrado devidamente na Biblioteca Nacional, claro, para garantir o conteúdo contra plágio. Este blog será um meio de divulgação de meus trabalhos literários e, quem sabe, no futuro, de outros poetas e escritores que, porventura, se interessem em divulgar suas coisas neste espaço, espaço que estará sempre aberto às críticas e elogios. Ttalvez este blog seja um modo de eu encontrar um feed-back sobre o que escrevo. Bom, vamos ao que interessa, poesia!
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