II – DILACERADOS
Bem dispostos estão os brutos, superadas estão
a sensibilidade e a dilaceração.
Estamos ao mundo, e as orgias
são festanças intermináveis.
Como direi aos belos corações um vinho
e uma fagulha de amor na antecâmara do caos?
Não perguntei por estes ovos de serpente,
Nem há o que comer em tais embriões.
O que de ódio vive, lá no intenso sopro corria.
Ao ver-te, minha dama, senti a melhor inspiração.
Mas vem a Vênus tardia. (Vozes do Mito).
Eu brinco de fazer castelos, pelas palavras adiante.
Devaneios são o infortúnio que eu criei de teimoso,
À vivificante dilaceração!
Em que obrar, a não ser dizer?
A língua é que julga o que nos rodeia.
Somos capazes de reconhecer na beleza
Um pouco de tragédia.
É das árvores de copas vermelhas que o outono se vê,
E em si mesmo se fere.
Há de ter uma lógica natural,
Quando caem os estimulantes dos olhos,
E as bruxarias acordam com risos estridentes.
Quem diz que é certo ao lado de fora?
Pois lá não é mundo. É de lá que tudo aqui se sustenta.
De onde? Do além que não se vê,
Tais sentidos físicos, não alquímicos.
Dilacerados. Matança!
Já era mortalha nos vales da Babilônia.
Ou um Minotauro de Creta que era uma tumba.
Quem quer ver ouro e morre?
São os ditos pagãos.
Eles não comem hóstia.
Regimento. É hora de partir!
Com a rua aniquilada eu dou o veredicto terrível.
Mais que o regimento, as horas do soldado da noite.
No rufar dos tambores se anuncia:
Guerra aos generais!
A sensibilidade requer uma força sobre-humana.
Que me ferve, ó anjo da sede!
Senão as paixões? Pois ela é dita uma dama.
Pois tem paixões, no singular, como seria tal mulher.
Ela bem sabe que o paganismo
Está mais próximo da lógica natural,
Que a tragédia grega eleva o espírito.
Já não se tem piedade?
Ó mártir! Te quero o meu refém. Belo Cristo é este danado!
Os deveres da compaixão também seguem a cruz.
Tão vivo é o pagão e tão comovente é o cristão!
Eu não sei de nada que seja inoportuno.
Quem dá o sinal da terra perdida?
Ela nunca existiu!
terça-feira, 17 de novembro de 2009
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