POEMA NÔMADE
O sino bate à meia-noite
Bebeste álcool como um vampiro
Entorna a degola de teu inimigo
Duas badaladas às três da madrugada
Sonha com o vermelho e a peste negra
Te saboreias de sangue e quiromancia
Te serves de búzios e melancolias
Ardores fúnebres de magias e bruxarias
És tempo de cordas de violão quebrado
És fantasma do pior alado
Como se é famoso por ser santo e cadáver
Como se faz santo hoje qualquer mendigo
Olorosas mulheres todas velhas alquebradas
Ó luxuriosas carinhosas saborosas
Como o riso eu levava tu
Vampiro da noite
Cantei nas noites bêbadas
De Copacabana
Uma cerveja quente e uma nota fria
No baile do servil
Que era o garçom
De que me serviu
Todos os poemas todos os poetas
De que adiantou Shakespeare com seu Hamlet
O que faz a flor ser rasgada com as mãos
Música erudita como rouxinol ou beijaflor
Como águia ou gavião
Como pecado de todo pecador
Com Cristo e o sangue que lhe dor
Não choro por lágrima
Paganismo de Zeus
Ainda grego em demasia
Salvo ser umbandista
Das flechas do bom amante
Que procura o colar de conchas
Xamanismo é a viagem sidérea
És grego como um negro
És vândalo como um cristão
És filho de toda miséria
Caverna platônica
Sensaboria lógica
E os empregos de turismo
Para dar voltas no mundo
Beijo o chão do Partenon
Depois eu deliro
Capela Sistina e Torre Eiffel
Vejo as matizes do Louvre
Os pincéis de Picasso
E tudo com sóphos
Sofia e as pragas
De Queóps Kéfren Miquerinos
Cabeça de grego filósofo
E Roma e França
E ingleses londrinos
E o mais puro em Amsterdã
Contente com as paisagens
Do mundo
Já vai a última neblina
Já desponta o sol na manhã seguinte
Sol de Tóquio
No fim do pensado
Um dólar para rir
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
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