PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

POEMA NÔMADE

POEMA NÔMADE


O sino bate à meia-noite

Bebeste álcool como um vampiro

Entorna a degola de teu inimigo

Duas badaladas às três da madrugada



Sonha com o vermelho e a peste negra

Te saboreias de sangue e quiromancia

Te serves de búzios e melancolias

Ardores fúnebres de magias e bruxarias



És tempo de cordas de violão quebrado

És fantasma do pior alado

Como se é famoso por ser santo e cadáver

Como se faz santo hoje qualquer mendigo



Olorosas mulheres todas velhas alquebradas

Ó luxuriosas carinhosas saborosas

Como o riso eu levava tu

Vampiro da noite



Cantei nas noites bêbadas

De Copacabana

Uma cerveja quente e uma nota fria

No baile do servil

Que era o garçom



De que me serviu

Todos os poemas todos os poetas

De que adiantou Shakespeare com seu Hamlet

O que faz a flor ser rasgada com as mãos



Música erudita como rouxinol ou beijaflor

Como águia ou gavião

Como pecado de todo pecador

Com Cristo e o sangue que lhe dor



Não choro por lágrima

Paganismo de Zeus

Ainda grego em demasia

Salvo ser umbandista

Das flechas do bom amante

Que procura o colar de conchas



Xamanismo é a viagem sidérea

És grego como um negro

És vândalo como um cristão

És filho de toda miséria



Caverna platônica

Sensaboria lógica

E os empregos de turismo

Para dar voltas no mundo



Beijo o chão do Partenon

Depois eu deliro

Capela Sistina e Torre Eiffel

Vejo as matizes do Louvre

Os pincéis de Picasso

E tudo com sóphos

Sofia e as pragas

De Queóps Kéfren Miquerinos



Cabeça de grego filósofo

E Roma e França

E ingleses londrinos

E o mais puro em Amsterdã



Contente com as paisagens

Do mundo



Já vai a última neblina

Já desponta o sol na manhã seguinte

Sol de Tóquio



No fim do pensado

Um dólar para rir

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