PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PERCURSO DO HOMEM MATERIAL

PERCURSO DO HOMEM MATERIAL


No vácuo desinteressei-me por pouco

Do que há pouco se viu do mar de mistério,

Das luzes cromáticas

Marquei uma luz azul,

Das máquinas e das obras delas nascidas

Edifiquei um plasma silente.



Quando se fez o fio da arte

Machuquei explosões de sentidos,

Demarquei a remarca dos meus corpos azuis,

Exilei-me por um nada absurdo

O qual alimentei de lamento.

Como num lamaçal de lares queimando,

Eis que vi uma nuvem que veio

Do fogo atrás dos teatros e novelas,

Eis que vi um buraco alheio

De coração dilatado,

Eis que menti por vezes várias

Quem eu era, se nas inteligências

Se fazia a teoria pacata

Descansada do choro.



Milagres e bandeiras,

Pelotão de fuzilamento

Das alegrias,

Somente um fantasma vivo

Que repetia o insondável

Que está no vácuo,

Vertigem física

Ou vento que não soprou.



Um banquete de fome e anarquia

Nos pecadores sem culpa,

E o rigor da vida mecânica,

Ou era nada ou era tudo

De que as coisas são,

Entrei no vácuo

De que me fiz

Primeiro conhecedor

Do mundo que se viveu

O impossível.

Uma máquina tempo espaço

Que de vácuo é um todo sem matéria

Ou matéria infeliz e esquecida,

Espero que seja toda uma vida

De poesia, que se esqueça da ferida.

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