PERCURSO DO HOMEM MATERIAL
No vácuo desinteressei-me por pouco
Do que há pouco se viu do mar de mistério,
Das luzes cromáticas
Marquei uma luz azul,
Das máquinas e das obras delas nascidas
Edifiquei um plasma silente.
Quando se fez o fio da arte
Machuquei explosões de sentidos,
Demarquei a remarca dos meus corpos azuis,
Exilei-me por um nada absurdo
O qual alimentei de lamento.
Como num lamaçal de lares queimando,
Eis que vi uma nuvem que veio
Do fogo atrás dos teatros e novelas,
Eis que vi um buraco alheio
De coração dilatado,
Eis que menti por vezes várias
Quem eu era, se nas inteligências
Se fazia a teoria pacata
Descansada do choro.
Milagres e bandeiras,
Pelotão de fuzilamento
Das alegrias,
Somente um fantasma vivo
Que repetia o insondável
Que está no vácuo,
Vertigem física
Ou vento que não soprou.
Um banquete de fome e anarquia
Nos pecadores sem culpa,
E o rigor da vida mecânica,
Ou era nada ou era tudo
De que as coisas são,
Entrei no vácuo
De que me fiz
Primeiro conhecedor
Do mundo que se viveu
O impossível.
Uma máquina tempo espaço
Que de vácuo é um todo sem matéria
Ou matéria infeliz e esquecida,
Espero que seja toda uma vida
De poesia, que se esqueça da ferida.
Quem sou eu?
Há 2 semanas
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