A vendeta funda
a comédia
dos costumes
degenerados,
um chiste faz
troça e o poema
bamboleia,
o passo bêbedo
gira e sua girândola
faz panaceia
e placebo
com ilusões,
alucinado, o poeta
fala que é vidente
e fica fora de si.
Barafunda, uma azáfama
açodada invade o tablado,
no proscênio a cabeça
cortada de Maria Antonieta
e brioches espalhados
pelo chão.
Nada mais, o poeta
faz careta e gestos
obscenos com
os dedos da mão,
um guarda noturno
lhe dá uns sopapos,
e a troça fervilhava,
logo adiante,
a plateia urrou
e um rei todo bobo
que se dizia imperador
no meio daquele
caos de teatro
do absurdo
soltou
impropérios
e foi levado
ao hospício,
o diretor
daquela
farsa
então
sucumbiu
e tomou
um porre
de vinho.
Após a montagem,
o poeta voltou
e devorou
aqueles brioches
com manteiga.
15/07/2022 Gustavo Bastos
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