Avança o dardo no verde campo,
o sol inclemente e vasto
sobe e olha o deserto de ouro,
sobre a cabeça dos poetas
a lua dança branca na
estrela que rutila pálida,
volver-me, entrementes,
com a cara virada ao norte,
e meu olho estalando na noite
e o corpo estranho nas areias
de um mar que fica vermelho,
avança a alcateia e mata o galo,
se estende nas estepes o uivo,
e todo este poema sangra
o sal que gira e verte
na lágrima do verso,
defronte aos castelos e seu mármore,
as ruas prorrompem o lúmpen
que ergue suas barricadas,
de chofre, uma choldra imberbe
canta a noite boêmia e bêbada
que estoura na cerveja
e em seus lupanares,
um gosto de vida noturna
possui este céu de abóbada
que explode em sua lua.
09/10/2021 Gustavo Bastos
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