Lembrem-se que as ruínas de dezembro
tinham estourado um doente em agosto,
e neste ínterim, a partir dos documentos
que estavam arquivados, linha 7 da
letra G, com a seção toda revisada,
um taumaturgo, destes muito espertos,
batizou de espada cravada
na dorsal seu mar prorrompido
de proteu e netuno,
ah, e na senda soteriológica
um ex-cocainômano
se vestia de bênçãos
católicas e extasiadas,
as ruínas de março e abril,
a utopia de maio e junho,
o brio revirado em julho,
meses mesmerizados de chuva,
passes longitudinais
sob hipnos no sol
de setembro,
a um outubro e novembro
em morfeu,
com as flores de ópio
que as pupilas
sentiam na papoula,
a carta descoberta
no arquivo dizia :
o poeta qual jogral
faz de janeiro e fevereiro
seu semblante enigmático,
dentre os entrementes,
aos passos de atavios
sob badulaques de dama
formosa, seu canto
risonho brotava
com os guizos e arabescos
dos capiteis que se erguiam
na luta destas colunas
hercúleas da guerra,
seu rito e sua paisagem,
o poeta e sua viração,
no delírio do templo
e vícios de papoula,
o poeta e a virtude
da lótus branca
que levita.
04/01/2020 Gustavo Bastos
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