“A investigação de Houdini, portanto, tinha o fito de
desvendar todos os métodos destes truques espiritualistas”
Harry Houdini foi um dos maiores mágicos e ilusionistas da
História e certamente o melhor na arte do escapismo de todos os tempos, e
também se destacou por ter se tornado um obstinado combatente das fraudes que
aconteciam no Espiritismo, pois os truques que alguns destes supostos médiuns
usavam eram todos conhecidos com facilidade por ilusionistas, quanto mais de um
dos maiores deles, Harry Houdini.
Enganando pessoas que viravam crédulas por desespero e puro
desamparo, alguns destes farsantes não tinham escrúpulos ou limites. E Houdini
acabou se tornando uma destas vítimas, pois quando da morte de sua mãe, ele foi
consultar médiuns que tentaram se aproveitar de seu sofrimento e lhe tirar
dinheiro.
Sua mãe Cecilia morreu aos 72 anos e Houdini teve uma
depressão profunda, e sua obsessão com a morte da mãe o levou a cometer
desatinos como, por exemplo, ir ao cemitério frequentemente e ir lá conversar
com a mãe e chorar, e alguns lhe aconselharam procurar consolo no
espiritualismo.
Houdini foi iniciado na mágica conduzindo falsos números que
simulavam sessões espíritas, e logo descobriu que supostos médiuns se
utilizavam de truques baratos e canastrões de mágica, e foi quando o notório
ilusionista começou seu empreendimento extremamente bem-sucedido de desmascarar
estes impostores.
Houdini então empreendeu, além do trabalho de se infiltrar em
sessões espíritas para desmontá-las na raiz, um trabalho de repetir estes
mesmos números baratos nas suas sessões de mágica para demonstrar a canastrice
embutida que havia no Espiritismo. A investigação de Houdini, portanto, tinha o
fito de desvendar todos os métodos destes truques espiritualistas, o que virou
uma verdadeira cruzada.
Durante sua turnê de mágica de 1920 na Inglaterra, Harry
Houdini conheceu Sir Arthur Conan Doyle que, depois de ficar bem-sucedido na
literatura, se destacando como o criador do personagem Sherlock Holmes, virou um
fervoroso e crédulo espiritualista, e um de seus porta-vozes mais destacados.
Os dois se tornaram amigos, mesmo com posições diametralmente diferentes.
Harry Houdini, mesmo com uma posição oposta a de Conan Doyle,
foi convencido pelo mesmo a participar das sessões espíritas realizadas na
Inglaterra, mesmo permanecendo um cético. E mais tarde, em 1922, Conan Doyle
viajou para Nova York para uma série de palestras e Houdini o recebeu como seu
hóspede.
A divergência dura entre os dois sobre o mundo sobrenatural
continuava, e Conan Doyle então teve a ideia de convidar Houdini para conhecer
uma médium que não lhe deixaria mais dúvidas a respeito da veracidade dos
fenômenos espíritas. E foi nesta sessão, em um Hotel de Atlantic City, que esta
médium tentou estabelecer contato com a mãe falecida de Houdini. E foi quando
Houdini ficou furioso ao desvendar uma fraude.
E agora, de amigos, Conan Doyle e Houdini iriam se tornar
rivais, e a credulidade de Conan Doyle era tão febril que este achava que
Houdini usava do sobrenatural para fazer seus números de escapismo, pois achava
que o mesmo transformava partes de seu corpo em ectoplasma para escapar de
correntes e algemas em condições extremas, o que, obviamente, só aumentava a
ira e a indignação de Houdini frente a tal afirmação absurda, pois o mágico
dizia que o que ele conseguia fazer com habilidade era tudo resultado de muito
treinamento e dedicação.
E como consequência desta fraude absurda desvendada por
Houdini, depois do convite de seu agora rival Conan Doyle, era o seu ataque
amplo e frontal contra os supostos médiuns de toda sorte. Houdini chegou a
produzir e atuar em um filme que denunciava tais truques espiritualistas
chamado “O Homem do Além”. Houdini então ganhou o epíteto de “Debunker”, que
pode ser traduzido como desmascarador, pelos jornais da época.
(continua)
Link recomendado : https://www.youtube.com/watch?v=Ubhuo1Hn54U
(HOUDINI DESMASCARA O
ESPIRITISMO PARTE 2)
Gustavo Bastos, filósofo e escritor.
Link da Século Diário : https://seculodiario.com.br/public/jornal/artigo/gurus-e-curandeiros-parte-ix
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