Como os pedaços de carne
que caíam em Chernobyl,
caio com surtos atômicos
e um passo a mais
detono os isótopos
da usina,
febril o poema se estende
e se expande como o sol,
reto e firme,
o poema tece seu hinário
com os rasgos de câncer
das formas de polímeros
e de cadeias moleculares
rotundas,
febre o poema se retorce
e vira um todo geométrico,
em Chernobyl nasce
um asno sem rosto
e sem cérebro,
produz-se aos montes
os herdeiros de Hiroshima
e Nagasáki,
seres sem olhos
como a bomba que secou
os corações do sol nascente.
14/04/2018 Gustavo Bastos
A Hora das Fornalhas
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