Amando as setas de poesia
caio em luva e máscara,
sofro de paralisia muscular
com os anti-inflamatórios,
meu suco pancreático
destrói minha bílis,
meus ossos sofrem e doem
como guilhotinas
em minhas células
túrgidas,
meus tecidos todos corroem
minhas glândulas
e eletrólises sopram
em sinapses como
axônios que se dendritam
em cápsulas de cianureto,
oh, quantos nervos
sulcam as faces malditas
de poesia e de poetas,
seres nervosos em colapso,
filhos do vento nodoso
das equimoses e dos traumas
anímicos, seres hipocondríacos
com elencos de câncer
e de gota,
seres estelares
com corpos rebeldes
e infensos
à saúde benquista.
14/04/2018 Gustavo Bastos
A Hora das Fornalhas
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