Com o frio da rocha as fúrias
correm ao bravio campo que brilha,
o mais audaz guerreiro
ousa a morte,
pelas ancas e flancos
dos insanos,
pelos cantos
dos santos,
tu, nervo caótico das armas,
luto furibundo com amor
exangue,
tu, flecha desalmada,
coturno duro de ponta,
faca indômita,
nas odes mais vibrantes,
nos hinos que exaltam
os poemas,
eu brincava de rei,
nos campos áuricos de trigo,
nos pomos ácidos do turbilhão,
nas águas revoltas da paixão,
eu brincava de rei nos horizontes
insondáveis do verso,
lá, no alto da torre,
nas estrelas polares,
nos salões de morfina,
eu lutava como gigante,
lutava como semideus,
lutava como um mago,
tu, incandescência dos lumes azuis,
das abóbadas cintilantes,
do fervor da fé quebrantada,
passa ao mar e ao sono lunar,
dorme na praia como um pássaro,
mergulha fundo como um peixe,
e que todo o mundo saiba
dos faróis que deliram
na noite,
e que a lua permeie esta noite
áurea como um grande grito,
e que todo o espanto
semeie terra e
vultos visionários,
e que a paixão forte clareie
todo o universo de paz.
25/10/2017 Gustavo Bastos
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