Pensando, entrei em colapso.
Que morada ressente
de um conforto?
Em termo abrasivo, em voz vetusta,
o austero estoico prende-se
ao impassível.
Dentro do grito, o beco é atravessado
de ratos, girândolas do outro lado,
na praça da felicidade, dão vivas,
e os ratos do beco correm
à destoada amplidão
do bairro,
oh fortuna de que me empenho,
não temas a espada,
o canto rubro desfalece
em riso,
e os morfemas, silêncios da forma,
fazem em verso a imago
que dá o limite e a proporção
dos magos de antanho,
como o céu é uma força motriz,
a cidade cinza, escurecida,
de ratos e vivas,
girândolas na noite plena,
como um campo de batalha,
fazem da burocracia dos prédios
uma nota de dinheiro,
sim, os carimbos e nomes próprios,
o servente de canções prazenteiras,
o homem operário das cordas esticadas,
o plano todo da arquitetura,
o sonho genial da engenharia,
e os bilhetes premiados
do joguete de febres hostis,
o carrasco, homem de fibra,
mata os palhaços da corte,
e os ratos agora se encantam,
foguetes espoucam
na noite estrelada,
como um plenilúnio
no páramo,
como um leite vigoroso
do arrebol,
e os vinhos melífluos
com cântaros que ressoam
as buzinas do coro dos corneteiros
no amplo dilúvio
de festividades,
como é bom ser poeta
em tempos rarefeitos,
como ser bom poeta
faz bem ao coração!
04/05/2016 Gustavo Bastos
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