Nas máquinas os acordes trovejam.
A poesia é inundada o tempo todo
de temporal.
Meus "ais" corroem todo o esquema,
eu vejo que a clara nuvem d`oiro
está em paz com o universo,
pois o vento lá fora
é o sopro dos quereres
perdidos e achados
de paixões.
Ah! Que o fogo me derreta
em letras de sonho,
no câmbio do infinito!
Ah! Que a sede sequiosa sede
sedenta se dê a rota da seda.
Oh! Os olhos fustigam
as lágrimas como cristais de sal
à luz do sol terroso,
e as vozes das ruas,
sempre suadas,
correm o mundo aturdido
de seus corações ao pulo.
Nas máquinas de sóis como são
lívidas rosas o doce enigma.
Pois, com os corações atirados
à parede (oh!) tem em meus
bem-vindos beijos
um corpo de alma
todo em broto
de madurez.
Pois, a que se tem aqui, ela
e todas as suas manias,
seus badulaques de mulher,
e como lhe cai bem
a sesta em meu peito.
Ah! Que o carnaval todo
nunca é em vão!
Já da queda o dedo na aliança
anuncia,
pois de todo bendito drama
é trama que se ama
de amor marcado
como tatuagem
no coração,
e ao que se deixa ser,
não há revés
diante do eterno.
04/11/2015 Gustavo Bastos
A Hora das Fornalhas
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