O fumo de ópio apascenta
o coração,
pasto de íon com a mão nas alturas,
peca e pega,
o diapasão.
A estrutura-mordente:
cada capítulo é escansão,
cada motivo uma pilhéria.
O poema se intitula poltrão,
veias abertas de cosmos
políticos, brumas sequiosas
às serventias do ósculo.
Perímetro, bissetriz, altiplano,
a queda nos dá a profundidade
do abismo,
e eis que o silêncio, negro como
o monólito enigma,
prazenteiro se toca
ao corpo fumo de
todos os ópios
da estrela de vento
em dias de sol.
O fumo de ópio me faz
ouvir águas mansas,
o regato feliz de Xangrilá.
As chagas de Cristo
juravam em meu pulso firme,
o pulsar da circulação
em pressão anormalizada,
o surto mais fundo
do coração,
a loucura mais astuta
d`alma em flor,
as mãos maravilhadas
como olhos do corpo
sem vidências,
só o tátil
como a experiência
do limite ao outro,
seu sexo e sua chama,
as mãos no meio do fumo
apertado ao peito,
o narguilé que rumoreja
haxixins
na sentinela
das cadeias,
e os girassóis perdidos
no outono
que anunciava
sangue.
23/08/2015 Gustavo Bastos
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