Eterno sussurro,
este que do ouvido
à ausculta
depõe febre e vinho vítreo
ao envolto abismo
bêbado.
Flanco de miséria sobre a miosótis,
redunda a flor qual flora,
náutica e doce sob bruma,
que ao dançar imorredoura
sucinta e tal ávida,
soa a boca lívida,
eu, mestre de mim,
corro entre o florilégio,
anacoreta do frontispício,
um panegírico, um analecto,
o fastígio sorumbático,
em pele álacre.
Vago sussurro, revolta da vaga,
bombeia meu sangue salino
de oceano, a doce adaga,
bruto mar ao calor cáustico
do farol,
e as naiades reviradas
do meu delírio,
que a outros naufrágios
doía.
Besta-fera de meu mar,
conciso estertor à capa
da turbamulta,
ofélia suicidada de lago,
ao meu rio serpente
que à boca-veneno
morte retinta
antevê.
Poema em recinto brumoso,
poema-sinto,
total flecha dos amores
cálidos,
clamores ácidos,
palcos áuricos,
fonte imanente
deste universo multicores,
eu somos nós,
d´outro mais oiro,
pórtico a contento,
cornija que bate o teto,
volúpia dos meus langores,
suicidas fadas dos horrores.
Eis o átrio em harmonia:
a poesia fulmina sem mais.
10/04/2015 Ácido
(Gustavo Bastos)
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