Das ancas da pedra polida,
dos átrios soturnos do pagode,
dos hinos sepulcrais de sua consorte,
o poeta abre o livro das escrituras,
vigia em vão os ritos legais,
uma flor nasce de seu peito árido,
flor de semblante maduro
de canto forte como a dor.
Eu leio o poema em rimas soltas,
a liberdade rumoreja
no correr do rio,
o espanto se fundamenta
com o uivo da arte deflorada,
uma ira e uma risada,
um fardo de raiva,
um atlas para ver
terras ignotas,
um pomo da discórdia
em vã terapia
de loucos.
A liberdade composta
na exaustão dos dramas
talha um homem vencedor,
e de sua pena de poeta
não há pena e nem dor,
reina o mistério
de sua sobrevida
como sangue e como horror.
02/12/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
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