Quais arcos do meio-dia
em solo pátrio
resistirão
à chama?
Notas musicais invadem
a pauta enegrecida
de tumores.
O vate sonha,
mesmo acordado.
Elêusis sopra o vento zéfiro
nos haustos do dia frio.
Corrói a tempestade no suicídio
de uma aranha morta.
Febre montada em holocausto
serve aos morfemas do castelo
de poesia,
um para cada
soluço,
e uma pontada cáustica
na última dor
e no último verso.
Será, das vagas sentimentais,
o poeta mais feliz do mundo?
Será feliz o triste na montanha
ou feliz estará no vale
sem saudades de nada?
Como não tenho nada com rima,
e nem com desilusão,
me mordo e me calo.
O forte sentido na cruz
da espada e do fogo
elege martírio
e espanto
na faca indolor.
E o poema resfria
o desespero
numa obra violenta
de nervos e canções.
Alamedas passam pelos
olhos tristes,
e a peça da nau azul
é a peçonha
de um náufrago.
Os mares sorrindo
são horizontes
onde a visão
se perde
em filosofia,
e os áureos tempos
de realeza
acabam
na miséria
absoluta
e na calma solene
de versos que se derramam
sem pensar.
11/07/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
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