PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A ESPADA DE BLAKE

William Blake, poeta do cosmos
e das cosmogonias,
via com os mesmos olhos videntes
e ignorados de um
Aristarco de Samos,
pois da luta febril
que ali se digladiava,
a astronomia ptolomaica
abria uma nuvem
que fechou o tempo
da clara visão.

Os astrólogos, exegetas
das vontades dos planetas,
reviam em suas emanações,
um viés terrível
na cosmogonia
de um mito estelar
pela busca
de um Graal
imaginário.
Enquanto a alquimia,
dadivosa de sua matéria,
contorcia-se no mercúrio
de uma pedra volatilizada
pelos emblemas
profetizados
por Homero,
e dali Alcméon
já tinha feito todos
os seus hinos.

Mais tarde, poetas malditos
esquadrinhavam
uma escansão
do tempo ébrio,
e o veneno de Blake
acordava no temporal
do inferno de Rimbaud,
inaugurando a matéria bruta
de que os poemas
dos novos séculos
gritariam
em mistifório
de contemplações.

08/06/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)

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