A brasa em sua quentura
emoldura o calor.
Nau botânica do olor
das feras,
ruminante templo
das fadas,
ouça o sabiá cantarolar
ondas de esmeralda,
rútilas paixões
na mansarda.
Quais cachoeiras eu avistei
depois dos delírios
da pradaria?
Vi cães raivosos
buscando
a minha sombra.
Entendi que a loucura
é um vinho forte,
destemido e caro.
Ouça a passagem do tempo.
Ouça o tilintar das
máquinas e suas horas
de labuta
sem viço
de poesia.
Canta o sol na velha
penugem da memória.
Tanto encantamento,
fervilhando
em todos os lados
do poema.
Que quentura é avistada
no calor da amendoeira,
pois de cotovia
o mar salga
a singradura
da gaivota,
e bebe o fundo do mar
um veloz albatroz.
10/04/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
Adélia Prado Lá em Casa: Gísila Couto
Há 4 semanas
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