PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O DELÍRIO DO MAR

Uma luz rouca me mostra os mares,
de sua luz plácida
o romance
explode pelos ares.

Nua indecência da carne,
posta a chuva nos meus
andares,
rouca paixão de lilases,
fonte inesgotável
dos mares.

Plêiade mística no outono do vitral.
Eu penso em poemas novos
na dor do canto do rouxinol,
eu passo o tempo em obras
de inverno e viajo o mundo
até morrer no claustro
da poesia.

Estrela da manhã em meu doce
dossel.
Do céu o vinho derrama
pássaros de sol.
Uma nuvem rosa me chama
ao patíbulo.
Eu danço este canto silvestre
na minha memória
que faz a vida
parecer
livre.

Do apanágio, dos verbos
que caem,
uma moça me convida
ao sino da meia-noite.
Voltei com ela em outras
paragens.
O deserto era o inferno
de minha caminhada.
Vi os barcos dançarem
no horizonte
mal compreendido,
estarei salvo?

Em sementes de poesia
louvarei o ritmo
em cada gota
de sensação,
o verão naufraga
no meu verso
que não encontra
salvação,
vivo rápido no raio
da desilusão.

26/02/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)

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