A decadência é a mãe das regras,
a decadência.
Não há mentira o suficiente?
Eis que a filosofia da derrota
dita suas horas ocupadas,
pois de horas tolas
se faz a vida.
Não há senão mediocridade
em tais sonhos,
quando na minha última navegação
pensei em me jogar no mar
e sumir no horizonte
para nunca mais voltar.
Desdém do sepulcro é o lema
feroz do poeta em desditas.
Vejo o tempo aniquilado
desta decadência.
A decadência é a mãe das regras,
o senso de dever é cego
aos direitos do artista.
O poeta é um escândalo ocultado
pelas palavras hipócritas.
A covardia monumental
domina os nossos dias.
Não há mais vitória
em tais armadilhas.
27/02/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
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