PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

DEMÔNIOS CRUCIFICADOS



   Cruz fria, teu demônio ainda volve a lama.
   Tão incendiada, cruz desdenhosa.
   Rosa inflama,
   E tanto verme no lodo afoga.

   Alma de trevas, que volta das mansardas,
   Que é amor e liturgia.
   Donde as fadas cantam às asas
   O bosque cruel da melancolia.

   Natureza do pavor, fluida.
   Onde o rio vai, em cada túmulo.
   Infinito que é cruz e ruína,
   Quando o demônio me dilacera lúbrico.
   Dos espectros de dor às ocultas paixões,
   De boca em boca à volúpia dos canhões.

   Cruz que foi velada em vãs florescências,
   Onde tudo é vago em auroras turvas,
   Onde tudo é pasto sem quintessências,
   Nas luas mortas das negras ruas.

   Está aqui, teu prazer crucificado.
   Procissão do inferno sagrado.

 

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