Da encosta a minha queda é total.
Serve mim um pouco de estória
na bela conflagração dos dias.
Venho com este ar inconsequente
de jovem manhã,
desenhando a rosa tal qual
a sua própria fera,
domando esta fera tal qual
a rosa aberta.
Não sei do ocaso tanto quanto
sei da minha fera.
Não sei do canto tanto quanto
sei da morte.
Eu divaguei pelo sepulcro,
e a juventude gritava
no jardim da fome.
Entrevia nos faróis da ribalta
um ator destemperado
de minhas angústias,
e rosnava feito cão
pela água e pelo sal
que me davam o espírito
de letrado em febre.
Melhor ser o cantor da flâmula
e do mistério dos refinamentos.
Tenho uma sombra na qual dormir,
e num dia agreste qualquer,
desnutrido e exangue,
estarei pronto
ao massacre
do meu corpo,
estando livre de vaticínios.
Suplício, dor, exéquias, sevícias.
Todos os ventres fortes
e a mão do soco
em território de fogo
e redenção.
Eis que estou vivendo,
e a queda nunca me matou.
02/08/2009 Gustavo Bastos
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