Sentido é o que procura a pena.
De tais e tais consolos
uma nau nua nas enseadas,
um amuleto de conchas
e um cinzel de nuanças chocantes.
Se é o poeta que diz certas coisas,
é o mesmo poeta que diz coisas incertas.
E num casco, num asco, num frasco,
todos os seus volteios e assopros.
Fumaça no céu, honra na cama,
já não sou o mesmo,
o que eu era já passou.
Eu tenho o coração aberto
às novidades extremas,
meu batismo é fiel à minha pena.
Deste amor invernal,
como absinto na troada
do silêncio e da névoa,
um dia úmido de uma cova sem refém,
estou vivo em crânio e desdém.
Sentido é o que procuras, trovador?
Qualquer será a composição do sentido,
se este já não estiver no verso que proclamas.
26/07/2009 Gustavo Bastos
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