No vitral reflete uma imagem angelical
onde dormiam as catacumbas dos cristãos
em fervor o demônio ameaçava do umbral
de quebrar o vitral e perder-se no mal dos pagãos
Verte o sangue a paz emudecida
taciturna e cadavérica num sopro
ardendo por sete dias de uma semana perdida
onde o imortal seria apenas o denodo
De ter tal ousadia a peste correria
enlameada peste dos algozes
na nua vida de sons de artilharia
fazendo o enterro do que veio de risos ferozes
O vento espatifaria o sacro vitral
e a dor seria um pânico irremediável
num antro de espectros sem moral
onde a astúcia é a virtude venerável
Vai o santo e o demônio na contenda do universo
fazer da manhã seguinte a paz de antanho
onde o que se dá é um amálgama diverso
na ferocidade do eterno rebanho
09/01/2009 Gustavo Bastos
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