Nunca saberei de que maneira morrerei
se vou deixar os meus iguais tristes
nunca sentirei a pálida sensação dos que enterrei
onde posso sentar-me em nuvens agrestes
Nunca morrerei sabendo se vou pairar
no alto da madrugada com o sabor da terra na boca
ou se encontrarei o símbolo da vida no mar
e se terei tempo para a minha noite louca
Nunca ouvirei os pássaros após este fato
vou me embora sem tempo de acumular os dividendos
vou sair por aí numa nuvem preta como um rato
acabar com os meus poemas apenas como elementos
Nunca arrumarei os livros que posso ler
numa ordem lógica dos rumores que eles guardam
e apenas morrerei sem saber se posso ainda ver
os olhos de minha amada que na noite se fecharam
Nunca levarei em mim o amor pétreo
de uma redoma chamada mistério
Nunca saberei de que maneira morrerei
qual o dia e em que espírito estarei
nunca vou mudar até este dia
onde a guerra fará sua armadilha
28/02/2009 Gustavo Bastos
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