Que vou adivinhar em teu corpo querido?
A sombra da pálpebra desfalece
em sonhos rotos na fuligem do tempo,
o massacre do sol nos toma a roupa rasgada
que a vida um dia cantou.
Febre e delírio no monte de areia,
o tempo recobrando sua nuvem de poeira
sob estrelas do infinito da luz.
Poetas brigam entre os bordéis,
os corpos gritam nus sob as fogueiras
do ar terrível do inferno,
e o pecado grassa nestas narinas
de fumaça e enxofre,
o abismo se torna imortal
como a flor murcha do diadema,
acordam virgens e o manancial
do terror aflige o desdouro.
Entre os ventos tempestuosos
das águias de prata,
surge imponente
a terra varada
por morticínios
e virtudes.
O que adivinhar da vida que
está na carne mortal?
Somente o indizível da lembrança.
01/11/2010 Delírios
(Gustavo Bastos)
Quem sou eu?
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