Coração de pedra, não tenho que dizer
se tenho algo a dizer sobre os teus sonhos.
As cortinas se fecham depois do ato final
de nossas vidas.
Espero por um momento mais sóbrio e mais sério,
para que eu leve o meu lema de ser sábio
mesmo nas horas de socorro e desespero.
Eu creio que me perdi em alguns instantes
e tive a insanidade como a minha companheira.
Me fechei ao sol e ao verão dos meus olhos.
Deixei que a lua cheia sofresse seus mistérios sobre mim.
Coração de pedra, quando se foi o teu veneno
eu apenas aprendi a ser mais para mim mesmo,
olhando os dias de tolice do ócio
em que a chuva cai sem eu chorar,
olhando o poema e a saudade
que eu quis perto do meu calor de paixão,
para no fim cair como neve
no inverno dos sentimentos fingidos
de uma felicidade a qual ignoro o destino,
sei de mim o pouco que tenho a dar
senão o poema contínuo
da sede do sangue e da liberdade
senão os infinitos versos
da pena que traz ali o seu alvo
como numa noite azul e preta
do futuro que me cai dos olhos.
25/02/2009 Gustavo Bastos
(ouvindo Chet Baker - born to be blue)
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