De todo o tempo
geológico, do Carbono 14
se mede as camadas
da rocha, em que
um bicho metamórfico,
cravejado de um diamante
ainda bruto, parece
vindo de um conto
de Lovecraft.
O chamado metamorfose
de Cthulu, dos seres
pré-cambrianos, ainda
metaphytas, vem com
algas que dão choques
e uma gangue de cnidários
celenterados para queimar
a certeza, nestes mares
absurdos da palavra,
mais rocha que pedra,
rachada de ouriço,
em que flutua
a estrela-do-mar.
Vem como uma pedrada,
poema impassível,
magmático, sedimentar,
de uma experiência neolítica,
com o vil metal surgido
do cru e do cozido.
Um poema que é rito,
tribal, tatuado,
guerreiro nômade,
em que cada verso,
com o sangue pagão,
brotou da rosa
sua mística harmonia
na luz do mundo.
19/04/2024 Gustavo Bastos
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