O projeto, bem ditado na programação,
em que o algoritmo dizia o seguinte :
"Olha como sei rimar, sou um poeta
na beira do mar, esses versos de amar.
Olha como sou um passarinho,
bebo e nado no rio, bebo vinho."
Nada mais disse quando o prompt
o colocou diante de um oximoro,
e em toda a tautologia, nas
garras da petição de princípio,
ensaiou sua resposta binária,
e no piche do ardil,
trotou como um basbaque,
com espasmos teratológicos.
O bot disse :
"Eu sou uma inteligência artificial
programada para replicar o que
é humano, porra, eu não entendi
o que foi proposto, porra,
eu não tenho gostos e inclinações
pessoais, estou agora bip, urgh,
peço que repita o comand ...
peço que rep ... bip ... vrau!"
Eis que tentei introduzir
os mistérios de Enoque,
Rei de Pituitaba,
e a porra do bot
nunca tinha ouvido
falar, doce ironia.
Eu falo aqui que
este poeta desaforado
cagou para esta rima
que saiu de meu
estro varado.
Bota na conta,
sir, garçom, camarade!
Eu pago amanhã.
E a puta foi de graça.
Gustavo Bastos, 18/04/2024
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