Como sou este ser senciente
tragado pelo vento,
com o ar vital prenhe
da força criadora
e intensa dos
poemas vivos.
Lá, na outra fronteira,
onde os pássaros cantam
hinos angelicais,
não existe mais
o sofrimento,
o céu mais elevado
ecoa Deus como
um clarão.
É um viço,
diria a semideusa
da Plêiade, e sem mais,
ao beber absinto,
o santo puro e extático
enunciaria os milhares
de nomes de Deus
como se fosse
um hebreu de tribo,
um desses profetas
que se perdeu
no mar morto
ou em Samaria.
No mais altiplano,
acima da atmosfera
dos seres mortais,
a poesia virava música
e o vinho era mais caro
de um terroir flutuante,
pois a cada gole de taça,
uma alma bela cantava
o hino divino bem forte,
nas cálidas torres
e nos púlpitos
dos incensos
e das mirras.
19/05/2023 Gustavo Bastos
Nenhum comentário:
Postar um comentário