O farol ilumina a noite densa do fumo,
no cais a memória se eleva e se distrai,
um pendor para o fim e o esquecimento
tomam conta da poesia anestésica,
num satori laranja de aurora e torpor.
Nas ruas os ermos campos ecoam
o paraíso perdido, de odes e faustos
de uma vitória aniquiladora e antiga,
os soldados calçados e com armaduras,
as mulheres fiando nas cabanas,
os aedos fazendo metros de canções.
Sob os cascos dos cavalos os mortos
e suas almas danadas no báratro,
pois que das quedas demoníacas
já padecia Hades com sua bússola
para o rio Letes e seu olvido.
19/05/2023 Gustavo Bastos
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