Eu não sei o que é ser negro,
eu não faço ideia do que
é ser olhado na esquina
do medo e da ilação,
eu não sei o que é ser
confundido pela polícia
e pelo segurança da loja,
não sei da preta que
quando criança pensava
que não poderia ter
seu cabelo como é,
não sei do preto que
entra no restaurante
de terno e causa espanto,
não sei o que é a pobreza
e de quando o negro
se forma na faculdade
sem o mundo
mudar lá fora,
eu não sei o que é ser negro,
eu não sei deste lugar
de que o preto e a preta
falam, pois não sei
o que é sentir na carne
a delícia e a dor de ser negro.
20/11/2021 Gustavo Bastos
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