As casas da cidade que vejo
em meu cartão de turista
são coloridas, são cores
vivas de um tempo que vivo,
o vivido, este canto evanescente,
rebate em meus olhos,
deles não há o pranto,
no entanto, e me pego
em nuvens como um par
de asas que se perde
nestas nuvens,
claro, os dias do enigma
me pegam em sonho,
e vejo deste sonho meu canto,
um tipo de trinado afinado
que não fica tonto,
clareia em seus tons
e melodia como
bel canto de vocalises,
ah, do tenor o vinho
está sempre posto,
um esgar de ópera bufa
como o mormaço do teatro
na madrugada dos aplausos,
já penso em fotografar
meus grandes feitos,
lá, nesta cidade da
fotografia e das
casas coloridas,
silente, os cartazes dos
shows estão em crisálida,
donde se tem da gravação
do estúdio a febre
de uma fita master,
rá! te peguei no pulo
da máquina impassível!
as cartas possuem os
karmas da escrita,
cada verso pensa
e sente, mas cada
verso canta,
ele vibra
o coração,
este verso
de cores.
30/10/2020 Gustavo Bastos
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