Por entre os dentes do
vulcão, a sua boca de
lava no Chile,
terreno pedregoso
de geologia pré-histórica,
eu estava em Cuzco
com os ritos incas,
sim, Mendoza vista
de cima, caí em mim
num parque em Buenos Aires,
a palavra reinava
nos jornais da Argentina,
passei muito dos Andes,
desemboquei em Mar Del Plata,
como um poeta e pirata,
a comer meu ancho em Montevidéu,
sim, na Patagônia o gelo
me tremia, seu frio capitulava
depois de um dia calmo
que mirava o polo sul,
as dores da praça de maio,
meus sonhos baratos
em Assunción,
as alturas em Guayaquil,
La Paz e Quito,
arre, passeio pelo
fundo de Bogotá,
por Caracas, o fundo
misterioso de Lima,
caras assustadas,
uma crise financeira,
jogo o meu luto
para o alto por
toda a panamericana,
com uma moto
do som veloz,
a entender
o Atacama
na noite,
sofrer por meu
Brasil ao voltar
ao porto, olhar
o vasto atlântico,
e depois me perder
na amazônia,
qual selvagem
da América.
30/10/2020 Gustavo Bastos
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