No telhado das casas estão os gatos
da noite burilada no caos.
Senhores das sutilezas
marcam seus próprios passos,
vestem seus trajes de gala
com sorrisos bem demarcados,
com frases de efeito
como filósofos de para-choque.
Do outro lado os pobres
mastigam os fungos
das roupas rotas,
o espanto que lhe sulca
as faces são a fome mais
alimentada do desamparo.
Esfarrapados eles cantam,
e o fraque dos ídolos
ali passam impassíveis,
os mundos enormes
dos abismos,
a glória fatal e o ostracismo
mais mortal.
Entre todos estes seres
a morte ronda com sua foice
gratuita entre os fartos
de tudo e os famintos
do nada.
10/05/2017 Gustavo Bastos
quarta-feira, 10 de maio de 2017
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