No retrovisor, com as águas de chuva,
a vista embaçada do mormaço,
a Plêiade toda encantada,
eu tenho risos de mim mesmo,
vejo minha sombra adelgaçada
com dias perdidos para sempre.
A neve é puro holocausto,
como uma Treblinka gélida
e terrível neste poeta
que grita vida, no entanto.
Os favos e as gemas, todos os castelos,
as cartas de baralho cigano
com roxo púrpura de uva,
os mares esbeltos
e os fusíveis de meu estouro
de bomba elétrica,
tudo combina nesta canção
do êxodo,
este mar e este baralho,
este surto elétrico
e os castelos,
estes poetas.
05/11/2016 Gustavo Bastos
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