Defronte aos rouxinóis o terror do canto,
fuligem de sonho nas águas que deliram.
Flecha e tempo no sol aos vis feridos,
corte de carne rente ao dente,
fígado demudado, víscera envenenada.
Os corpos sucumbiram,
os escudos romperam,
os cavalos partiram.
Na lua densa o atavio da noite,
bruma e estrelas pálidas
nas águas turvas da tempestade.
O corpo reluz, defronte aos rouxinóis.
Na lua escarlate a proteção dos olhos,
fuligem no tempo frio com os risos icônicos,
fumos dançam na mão dos santos,
pálido é o fervor da náusea na noite finda,
eu vou ao poema como a faca à fatia,
e o piso seco dorme sob meus pés.
Defronte aos rouxinóis
os sonhos fazem giros
no sol que desmonta
nas mãos da trova,
era o céu em minha nuvem
que secou de temporal.
Veleja o temor do desastre,
tragédia iconoclasta
é o poema
quando a dança
é uma morte encantada.
24/01/2014 Êxtase
(Gustavo Bastos)
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