A quem, no qual o vulto do coração dardeja,
semeia de um fato consumado
o poder das ilusões?
Se é de fogo a vinha da terra,
e a alma o cântaro imaginado.
Se foi com o corpo do covil da terra,
a flor no cadáver posto.
A quem arrendar a flor da terra?
Se do solo a urtiga conserva seu fogo,
e nas águas submersas o sonho foge.
Se o canto tropical os ossos quebra,
e a mancha da carne o sol congela.
Ver na noite a poesia,
quando ela anda
bêbada e perdida?
Sentir com o coração derrotado
a vitória da flama nas dores
ao vento soprado?
Ou urdir com drama toda a panaceia
da vida com o vigor de uma águia
a profunda unção
de que anjos caídos
são a sua sonora
marcha?
Vento e nada, pois a poesia
que mata e vive é qual sopro.
28/04/2013 Êxtase
(Gustavo Bastos)
A Hora das Fornalhas
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