Ventos de esbórnia
no verão.
As flores são sentimentos
de mulheres nuas,
a burocracia do tédio
faz pagar o pecado
por ser louco,
a vida contada nas fábulas
vale uma dose de heroína
e uma vodka nas têmporas,
atravessar o mar vermelho
da China é uma loucura
contemplativa de Lao-Tsé.
Sei dos sentidos buscados
por filosofias, ciências
e religiões.
O cético pirrônico se ri
em segredo.
O absoluto único que vejo
é o caos.
A única resposta plausível
de tudo é a conflagração
universal dos anátemas.
Morre empalado o mártir
do poema-criatura,
dá um soco na cara
depois de beber sacrários,
violento e impune
canta loas à sofreguidão,
e uma paz azul desce dos céus.
11/02/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
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