Durante a vanglória inaudita
dos sultões, um céu assustou
os vendilhões do templo.
Gota a gota chuvas de dosséis
no arauto da noite de campanhas
armadas e vistosas flamas
clamavam por justiça.
De fleuma vive o frio,
minha lembrança edulcorada
revelava a febre de um patíbulo,
donde se viam ao outro horizonte
retábulos de séculos perdidos,
arte psicografada de sonhos têxteis,
vigor e galhardia de têmperas cáusticas,
roendo azaleias como seres carnívoros
de floriculturas,
naves socorristas dos trovadores
da paixão vingavam
a morte da violeta,
e uma rosa branca nascia
depois do apocalipse.
Era um diamante, onde o sol se refletia
em ângulos anti-escuridão.
Donde se tinha a fonte de ondinas
com suas panaceias de canções,
dos homens naufragados
pelos sonhos líquidos,
oceânica paixão de veraneios
onde o ar é puro
e a poesia desvendada.
Levo imagens sacras
ao vinho de libélulas
tintas de elegias,
doirando ao sol
luas azuladas
de ventanias,
onde os poetas
sorriam e nunca mais
voltavam.
Sonhos se esvaíam com eles,
e o silêncio da bruma
soava como um brado
de vida ou morte.
11/02/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
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