No trânsito escaldante arde a esperança do limbo
Quase como a quermesse e a caverna e o inferno
Que borbulhavam o asfalto asfixiante
No qual a boca sedenta se embriagava.
O mais inconsequente sonho
Possuía o meu tempo, eu saía pela madrugada
Debaixo do mundo estrondo do espaço sanguinolento
Das larvas que me roíam a alma por dentro.
Eu sentia que um milagre seria o maior susto
E o século que veio na caveira do novo milênio
Que subiu ao histérico relógio do tédio
Deixava-me fantasmagórico como o bruxo
Com suas carnes indecentes
No pavio do desespero.
Eu medi cada verme em minha roupa
E fiz um despacho na podre masmorra
Dos estéreis torturados,
Gozei no mistério da morte
Que os olhos amantes
Tomariam o melhor cálice de vinho
Para o pássaro que voou para um lado
Bem de lá da vida submersa.
Eis-me na poesia como um corvo
Um abutre um comedor de fezes.
Seria grande artilharia atrás dos funerais
O meu desdém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário