Eu clamo de corpo ébrio pela liberdade,
desta que se encontra na ciranda celeste,
procurando a fusão harmônica e universal.
Nirvana! Espetáculo divino de plenitude!
A poesia que nasce de sutis eflúvios,
a prece que vigora em cantos silvestres,
de uma paz já finda e ornamentada.
A canção é vívida e sempre ecoa,
como este poeta inebriado
que vos fala e que luta inutilmente,
se esvaindo e se debatendo por fogo e vento.
Ungindo na santidade à calmaria dos anjos
e profanando narrativas gloriosas de fontes ocultas.
Nas águas argênteas da poesia que emana a liberdade,
me encanto com o mundo.
Desde as liras delirantes harmonizadas pelos aedos,
rapsódias primitivas de canção remota,
lembrando-me de deuses mortos,
que circundavam o universo.
Hoje, já não há olimpo, nem alvoradas pagãs.
Os poetas não cantam mais os mitos,
somente suas dores, para levá-las ao sublime.
A poesia ainda vive, desde seu habitat grego
nas liras de delírios.
Todo poeta que delira e morre de saudade,
é dominado pela nostalgia
que traz uma iluminação coroada.
Tenta viver da arte na qual arde,
lembrando-se poeta, na alma da poesia.
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