PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

sábado, 24 de setembro de 2011

INEBRIANTE POESIA (LIRAS DE DELÍRIOS)


   Eu clamo de corpo ébrio pela liberdade,
   desta que se encontra na ciranda celeste,
   procurando a fusão harmônica e universal.
   Nirvana! Espetáculo divino de plenitude!
   A poesia que nasce de sutis eflúvios,
   a prece que vigora em cantos silvestres,
   de uma paz já finda e ornamentada.

   A canção é vívida e sempre ecoa,
   como este poeta inebriado
   que vos fala e que luta inutilmente,
   se esvaindo e se debatendo por fogo e vento.
   Ungindo na santidade à calmaria dos anjos
   e profanando narrativas gloriosas de fontes ocultas.

   Nas águas argênteas da poesia que emana a liberdade,
   me encanto com o mundo.
   Desde as liras delirantes harmonizadas pelos aedos,
   rapsódias primitivas de canção remota,
   lembrando-me de deuses mortos,
   que circundavam o universo.

   Hoje, já não há olimpo, nem alvoradas pagãs.
   Os poetas não cantam mais os mitos,
   somente suas dores, para levá-las ao sublime.
   A poesia ainda vive, desde seu habitat grego
   nas liras de delírios.

   Todo poeta que delira e morre de saudade,
   é dominado pela nostalgia
   que traz uma iluminação coroada.
   Tenta viver da arte na qual arde,
   lembrando-se poeta, na alma da poesia.

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